Inteligência artificial é usada para preparar terapeutas em contextos psicodélicos

Lucy é uma paciente virtual criada com inteligência artificial para ajudar no treinamento de terapeutas em terapias psicodélicas, como MDMA e psilocibina

Publicada em 24/12/2025

Paciente de IA é usada no treinamento de terapeutas em terapias psicodélicas

Lucy, a paciente criada por inteligência artificial que apoia a formação em terapias psicodélicas | Reprodução IA

Quando inteligência artificial e saúde mental se encontram, novas possibilidades ganham espaço. É nesse cruzamento que surge Lucy, uma paciente virtual criada com IA para ajudar no treinamento de profissionais que atuam com terapias assistidas por psicodélicos, como MDMA e psilocibina.


Segundo o portal Cañamo, Lucy foi desenvolvida pela organização sem fins lucrativos Fireside Project, e não atua como terapeuta digital. Pelo contrário: ela assume o papel de uma paciente em experiência psicodélica, permitindo que terapeutas, facilitadores e equipes de apoio pratiquem abordagens de cuidado em um ambiente controlado, seguro e sem riscos reais.


A proposta é funcionar como um simulador de atendimento, no qual os profissionais podem treinar habilidades essenciais, como escuta ativa, acolhimento emocional, tomada de decisões e manejo de situações delicadas, elementos centrais em contextos psicodélicos.

A IA como aliada


Para construir Lucy, a Fireside Project utilizou milhares de horas de conversas anônimas coletadas em sua linha de apoio psicodélico, serviço que atende pessoas durante e após experiências com substâncias psicodélicas. 


A partir desse material, a IA foi treinada para reproduzir estados emocionais comuns nesses contextos, como confusão, ansiedade, introspecção profunda e mudanças rápidas de humor.


Segundo a organização, o objetivo não é substituir o contato humano, mas preparar melhor os profissionais antes que eles atendam pacientes reais, especialmente em um campo onde o treinamento supervisionado ainda é limitado, caro ou restrito por questões legais.


Avanço tecnológico e dilemas éticos


Ainda de acordo com o portal Cañamo, o lançamento de Lucy acontece em um momento de expansão das terapias psicodélicas, impulsionadas por estudos científicos e mudanças regulatórias em diferentes países. 


Ainda assim, o uso de inteligência artificial nesse contexto levanta questionamentos éticos importantes, como a proteção de dados sensíveis e os limites da IA na compreensão de nuances emocionais humanas.


Apesar dos debates, o Cañamo afirma que a iniciativa é vista como uma ferramenta complementar promissora, capaz de ampliar o acesso ao treinamento e reduzir riscos, sem perder de vista que a base da terapia continua sendo a presença humana, a empatia e o cuidado individualizado.

Com informações de Cañamo.Net.

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