Pesquisadores colombianos desenvolvem método para separar THC da cannabis, mantendo outros canabinoides
Nova técnica utiliza cromatografia de partição centrífuga e alcança 85% de CBD em produto com apenas 0,02% de THC
Publicada em 04/07/2025

Imagem Ilustrativa: Canva Pro
Desenvolvido por pesquisadores da Universidade Nacional da Colômbia, um novo estudo apresenta uma solução eficaz para obter extratos de cannabis sem tetrahidrocanabinol (THC), principal composto psicoativo da planta. A pesquisa, publicada no Journal of Chromatography, manteve outros canabinoides terapêuticos, como o canabidiol (CBD), preservando seu potencial medicinal.
A equipe científica implementou um sistema de cromatografia de partição centrífuga (CPC) — uma técnica que permite o processamento de grandes volumes sem degradar compostos sensíveis.
Durante os testes, os pesquisadores conseguiram processar 800 gramas de extrato de cannabis em 9 h e 50 minutos, separando o THC do licor-mãe (um subproduto da cristalização do CBD). Como resultado, foram obtidas 613 gramas de extrato de amplo espectro (com apenas 0,02% de THC).
Além da separação eficiente do THC, foi possível recuperar 97% do canabicromeno (CBC) e concentrar o THC em outras frações, o que pode ser útil para futuras pesquisas com compostos psicoativos da cannabis.
Entre as vantagens técnicas notáveis estão sua escalabilidade e alta eficiência (77%). No entanto, o alto consumo de solventes representa um desafio ambiental e operacional, que os autores reconhecem, embora observem que pode ser mitigado por meio de sistemas de recuperação adequados em ambientes industriais.
Testes de laboratório
Para alcançar a separação do THC, os cientistas utilizaram uma mistura de três líquidos comuns, heptano (solvente orgânico), etanol (álcool) e água. Com o auxílio do software ASPEN Plus, foram simuladas diferentes proporções dessas substâncias para verificar qual combinação oferecia a separação mais eficiente do THC do restante do extrato de cannabis.
Quatro combinações diferentes foram testadas. Duas delas avançaram para testes em laboratório. A fórmula mais eficaz foi a que usou 4,6 partes de heptano, 3,5 de etanol e 1 parte de água.