Por que é errado chamar a Spice de "super maconha"

Entendendo as distinções cruciais entre endocanabinoides, fitocanabinoides e canabinoides sintéticos

Publicada em 26/02/2024

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No universo da cannabis, a linguagem imprecisa muitas vezes obscurece as nuances científicas que distinguem substâncias como a Spice da verdadeira cannabis. Rotular a Spice como "super maconha" é não apenas enganoso, mas também perigoso. Para compreender por que essa terminologia é inadequada, é fundamental examinar as diferenças entre endocanabinoides, fitocanabinoides e canabinoides sintéticos.

Os endocanabinoides são compostos naturais produzidos pelo próprio corpo humano. Eles desempenham um papel vital no sistema endocanabinoide, que regula uma variedade de funções fisiológicas, como humor, sono, apetite e dor. Em contraste, os fitocanabinoides são encontrados na planta cannabis e incluem substâncias como o THC e o CBD.

A Spice, por outro lado, é uma mistura sintética de substâncias químicas projetada para imitar os efeitos dos canabinoides naturais. Ela é criada em laboratório e muitas vezes contém alterações químicas perigosos e imprevisíveis. Enquanto a cannabis é uma planta que evoluiu ao longo de milênios, a Spice é uma invenção recente, sem qualquer histórico de uso seguro ou tradicional.

Rotular a Spice como "super maconha" não apenas confunde as pessoas sobre suas propriedades reais, mas também subestima os riscos associados ao seu uso. Ao contrário da cannabis, cujos efeitos e segurança são amplamente estudados, a Spice representa uma incógnita perigosa para a saúde pública.

Em suma, chamar a Spice de "super maconha" é um equívoco que desconsidera as distinções fundamentais entre os canabinoides, bem como a natureza artificial e potencialmente danosa dessa substância. É crucial educar e informar sobre essas diferenças para promover uma conversa mais precisa e responsável sobre o uso de substâncias psicoativas.