Rickson Gracie, ícone do Jiu-Jitsu brasileiro, revela diagnóstico de Doença de Parkinson
O faixa-coral da arte marcial disse que não foi nada dramático receber o diagnóstico; ele agradeceu a Deus
Publicada em 22/06/2023

Por redação Sechat
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Em uma entrevista recente ao canal "Kyra Gracie" no YouTube, Rickson Gracie, filho do lendário Mestre Hélio Gracie, fez uma revelação comovente. Ele divulgou que, há dois anos, recebeu o diagnóstico da doença de Parkinson. Rickson, faixa-coral de Jiu-Jitsu, falou abertamente sobre sua condição e como está lidando com isso com uma notável compostura e resiliência.
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Descrevendo sua experiência, o lendário lutador de 63 anos reconheceu que vem apresentando alguns sintomas da doença. No entanto, ele expressou um profundo nível de aceitação e contentamento ao abordar o assunto e se adaptar às mudanças que ela traz para sua vida.
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"Para mim, não foi nada dramático [receber o diagnóstico de Parkinson]. Estou preparado para qualquer coisa em minha vida. Aceito meus erros e minhas vitórias. Aceito bem minha vida, então estou feliz hoje", compartilhou Rickson durante a entrevista.
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A jornalista da Rede Globo, Renata Capucci, revelou, no ano passado no podcast Isso É Fantástico, que convive com o Parkinson desde 2018. Segundo conta a repórter, os primeiros sintomas da doença iniciaram quando ela tinha 45 anos.
“Sentia os dedos de um dos pés se contraírem e, ao mesmo tempo, comecei a mancar, sem perceber. Só depois entendi que, na verdade, era a minha perna esquerda se movimentando mais lentamente do que a direita,” contou ela.
Leia a matéria completa publicada no portal Sechat em junho de 2022..
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Embora o comprometimento neurológico tenha introduzido novos desafios, incluindo tremores nas mãos e diminuição da mobilidade, Rickson enfatizou que esses obstáculos não o incomodam muito. Sua motivação para acordar todos os dias e trabalhar continua intacta.
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"Deus me deu agora uma situação que devo transformar para o bem. A reação mais importante que tenho em minha vida hoje é expressar minha gratidão pelo Jiu-Jitsu, continuar trabalhando pelo Jiu-Jitsu para capacitar as pessoas e transformar a forma como é praticado, tornando-o mais acessível para aqueles que mais precisam", declarou Rickson com paixão.
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Veja a entrevista:
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Renomado por suas conquistas no Jiu-Jitsu brasileiro e por sua aposentadoria invicta em 2000, nas Artes Marciais Mistas (MMA), com 11 combates oficialmente registrados, Rickson Gracie deixou uma marca indelével no mundo das artes marciais. Durante a década de 1980, ele se destacou como o principal representante da família Gracie no Jiu-Jitsu, conquistando inúmeros campeonatos na modalidade e competindo em eventos de vale-tudo. O último combate foi a vitória contra o japonês Masakatsu Funaki no Colosseum.
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Uso do THC no tratamento da Doença de Parkinson
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Segundo o pesquisador Francisney P Nascimento, especialista em neurofarmacologia, o Parkinson é a doença neurodegenerativa mais comum do mundo, sendo o envelhecimento o principal fator de risco. Entre os sintomas mais comuns estão os tremores e movimentos musculares anormais, involuntários, excessivos, diminuídos ou ausentes.
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No entanto, embora os atuais medicamentos alopáticos utilizados para aumentar a dopamina apresentem resultados positivos, após aproximadamente sete anos de tratamento, sua eficácia tende a diminuir, acompanhada de possíveis efeitos adversos.

Francisney P Nascimento - Farmacêutico e Mestre em Farmacologia (UFSC). Doutor em Farmacologia (UFSC/Dalhousie University). Pós-doutorado em Neurofarmacologia (McGill University). Coordenador do Lab de Cannabis Medicinal e Ciência Psicodélica da Faculdade de Medicina da UNILA.
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Quanto ao uso do CBD no tratamento da Doença de Parkinson, um estudo da faculdade de medicina da USP de Ribeirão Preto indicou que o composto da cannabis não demonstrou eficácia na redução dos prejuízos motores, como explicado por Francisney. De acordo com ele, "o CBD isolado não é um bom medicamento para melhorar a parte motora do Parkinson", embora tenha sido eficaz na redução de sintomas como depressão, ansiedade e melhora do sono. Diante disso, estão sendo realizados novos estudos com a administração do THC para amenizar os sintomas motores da doença.
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O pesquisador também relatou que foram conduzidas duas novas pesquisas com extrato de cannabis Full Spectrum, mais rico em THC, em doses de 0,5 miligramas e 1 miligrama por dia, obtendo resultados mais satisfatórios. "Na maior parte dos pacientes, tivemos efeitos interessantes na parte motora, o que o CBD não faz. Além disso, alguns pacientes tiveram ganhos na Escala Unificada de Avaliação para Doença de Parkinson (UPDRS)", destacou Francisney. Esses pacientes já haviam sido diagnosticados há oito anos e estavam utilizando medicamentos convencionais sem eficácia. Além dos benefícios motores, também observou-se melhora na dor e na qualidade do sono dos pacientes.
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Para avaliar o potencial do THC, está previsto um novo ensaio clínico em 2024, envolvendo cerca de 50 pacientes.
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Francisney ressaltou que o THC tem um potencial maior para tratar o Parkinson, pois atua diretamente no receptor CB1, presente nas regiões afetadas pela fisiopatologia da doença. Ao contrário do CBD, que possui pouca afinidade com o receptor CB1 ou atua como um antagonista bloqueando sua atividade, o THC é um agonista parcial que ativa esse receptor. Segundo o pesquisador, isso indica que o THC pode alcançar efeitos interessantes com doses muito baixas e sem complicações para os pacientes.
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Em 2014 um estudo revelou a eficácia do Canabidiol para tratar o Parkinson
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Um marco significativo foi alcançado na pesquisa médica com o tratamento da Doença de Parkinson. Em 2014, pela primeira vez, um estudo em humanos foi realizado utilizando o canabidiol (CBD), componente da Cannabis, demonstrando eficácia na melhoria da qualidade de vida e bem-estar geral dos pacientes. O estudo, coordenado pelo professor José Alexandre Crippa, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, apresentou uma importante descoberta: o CBD não mostrou nenhum efeito colateral durante o tratamento.
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O professor explicou que, até o momento, todos os medicamentos utilizados no tratamento do Parkinson atuavam principalmente no sistema dopaminérgico, que é composto por receptores da dopamina. Porém, o CBD age no sistema endocanabinoide, que é formado por neurotransmissores semelhantes aos compostos químicos encontrados na planta Cannabis sativa, da qual o canabidiol é extraído. Essa característica pode explicar a ausência de efeitos colaterais e representa um avanço importante para uma nova opção terapêutica da doença.
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Outro aspecto encorajador apontado pelo pesquisador é a ausência de flutuação nos sintomas psiquiátricos. Isso significa que não ocorrem variações de humor comuns em pacientes que utilizam medicamentos para controlar os sintomas não-motores da doença, como depressão e ansiedade, por exemplo. Essas flutuações são frequentemente observadas nos intervalos de uso dos medicamentos tradicionais.
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Essa descoberta traz esperança para os pacientes com Parkinson, oferecendo uma nova abordagem de tratamento que pode melhorar significativamente sua qualidade de vida. No entanto, é importante ressaltar que mais pesquisas são necessárias para entender completamente os mecanismos de ação do CBD e estabelecer protocolos de uso adequados.
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O CBD (canabidiol) é uma alternativa para o tratamento da doença de Parkinson. Esta doença neurológica crônica e progressiva é caracterizada pela perda de células cerebrais produtoras de dopamina, o que resulta em sintomas como tremores, dificuldade para dormir, depressão e problemas de movimento. Embora não haja cura para a doença, o CBD está mostrando benefícios significativos no alívio desses sintomas.
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Pesquisas recentes indicam que o CBD atua nos receptores canabinóides do sistema endocanabinóide, que regula várias funções fisiológicas no corpo. Os receptores canabinóides estão alterados em pacientes com doença de Parkinson, e estudos estão revelando que o CBD pode ajudar a reduzir tremores, problemas de sono e até mesmo psicose associada à demência da doença de Parkinson.
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Além disso, o CBD tem propriedades anti-inflamatórias, neuroprotetoras e antioxidantes, que desempenham um papel importante no tratamento da doença de Parkinson e outros distúrbios do movimento. Esses efeitos positivos foram observados em estudos envolvendo seres humanos e animais.
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Embora os medicamentos convencionais atualmente utilizados no tratamento da doença de Parkinson possam causar efeitos colaterais desagradáveis e perder eficácia ao longo do tempo, o CBD oferece uma abordagem promissora e bem tolerada pelos pacientes. Estudos estão mostrando que doses baixas de óleo de CBD podem trazer alívio significativo para os sintomas, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
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