Por João R. Negromonte

De acordo com um estudo realizado em 2022 por pesquisadores de diferentes institutos de saúde dos EUA, usuários adultos de cannabis preferem o odor e sabor em vez dos efeitos subjetivos do tetrahidrocanabinol (THC), princípio ativo da planta. 

A maioria dos produtos de cannabis são descritos por seu conteúdo de canabinoides, fazendo essas substâncias estarem sempre em destaque. Contudo, a planta também produz centenas de terpenos, compostos aromáticos que conferem sabores e odores únicos às diferentes espécies. 

De acordo com Arianne Wilson-Poe, coordenadora do estudo, “os terpenos fornecem apelo subjetivo maior que os canabinoides, o que determina a conveniência de uma determinada flor ou produto de cannabis”. 

Os pesquisadores testaram em cerca de 300 pessoas, em milhares de sessões de consumo, diferentes variedades com teores de THC que oscilaram entre 0,3 e 30% de concentração da substância.

Mesmo com o aumento da potência do THC em produtos disponíveis comercialmente, pode-se prever que a potência do composto não se relaciona diretamente com o consumo geral de um produto. 

“Não havia relação entre a potência do THC, ou mesmo a dose total de cannabis utilizada. Em vez disso, o que mais atraiu os usuários foi o aroma, proveniente dos terpenos”, explica Arianne.

Portanto, o cheiro da cannabis é o melhor indicador de prazer do que seu conteúdo de THC. Tal descoberta destaca a importância dos terpenos na qualidade de um produto e sugere que as pessoas não precisam ser excessivamente afetadas pelo composto ativo para ter uma experiência agradável.