A relação entre a Fibromialgia, DTM (Disfunção Temporomandibular) e a terapia canabinoide
Cannabis e odontologia: uma revolução médica
Publicada em 10/12/2023
Por Cynthia de Carlo
Querido leitor, hoje quero falar sobre a conexão existente entre duas patologias muito comuns nos consultórios.
A fibromialgia, caracteriza-se por uma condição musculoesquelética que apresenta dor generalizada pela face e corpo, além de outros sintomas como cansaço ao acordar, fraqueza muscular, fadiga, problemas de cognição, alterações de sono, distúrbios intestinais, ansiedade e depressão.
A fibromialgia pode aparecer depois de eventos graves na vida de uma pessoa, como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção grave. O mais comum é que o quadro comece com uma dor localizada crônica, que progride para envolver todo o corpo. O motivo pelo qual algumas pessoas desenvolvem fibromialgia e outras não, ainda é desconhecido.
Já a Disfunção Temporomandibular, também conhecida como DTM, é uma doença que acomete as estruturas do sistema mastigatório como a ATM (articulação temporomandibular), músculos da face, cabeça e pescoço. São alterações funcionais, que comprometem a função mastigatória, a deglutição, e a fala, e que podem apresentar ainda: dor durante a abertura e fechamento da boca; dor e dificuldades na mastigação de determinados alimentos; estalos na hora de abrir a boca.
Não existe uma causa específica, existem fatores que podem desencadear, perpetuar e contribuir para que a dor e disfunção se apresentem. Alguns destes fatores são: trauma, estresse emocional, apertamento constante dos dentes, bruxismo noturno e ainda alguns hábitos como mascar chicletes, roer unhas, e até predisposição genética para dores crônicas, dentre outros.
O que talvez você não saiba, é que as DTMs são frequentemente encontradas em pacientes com fibromialgia, especialmente as fibromialgias miofasciais, contribuindo assim para a cronicidade da DTM.
Sendo assim, foi verificado uma concomitância entre os fatores desencadeantes da fibromialgia e a DTM, gerando uma hipersensibilidade a dor, isento de sinais de inflamação e lesões neuronais.
Em ambas as patologias, ansiedade, estresse, fatores ambientais, fatores genéticos, desempenham papel fundamental também.
A terapia canabinoide na Fibromialgia e DTM, vêm como uma alternativa mais eficaz e segura, pois a cannabis medicinal através dos seus fitocanabinoides e demais componentes da flor, favorecem a modulação homeostática na fenda sináptica, melhorando o estresse oxidativo e trazendo um alívio mais rápido devido as propriedades analgésicas, anti-inflamatórias, miorelaxantes, antimicrobianas, reparadoras, ansiolíticas, indutoras do sono, antioxidativas e neuroprotetoras, substituindo e/ou afunilando medicamentos contínuos e seus danos colaterais (fatores causais) antes utilizados nos tratamentos das duas patologias.
As opiniões veiculadas nesse artigo são pessoais e de responsabilidade de seus autores.
Sobre a autora: Cynthia De Carlo é cirurgiã-dentista formada há 31 anos pela UNITAU, pós-graduada em Periodontia, Implante e Pediatria. Além disso, é membro da SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis) e professora do curso par prescritores da Sechat Academy.