Cannabis ajuda paciente com esclerose múltipla

Thamires revela que a planta oferece relaxamento nas dores e qualidade de vida

Publicada em 30/12/2023

Cannabis ajuda paciente com esclerose múltipla

Lucas Góis

Thamires Santana, residente da cidade de Paripiranga, interior baiano, enfrentou uma jornada desafiadora após ter seu diagnóstico equivocado em 2018, inicialmente diagnosticada com a Doença de Devic (Neuromielite óptica). Somente no ano seguinte, ela começou o tratamento adequado para esclerose múltipla.

Os sintomas iniciaram-se em 2017, dois anos antes do diagnóstico correto. "A minha perna foi ficando sem flexibilidade, muito rígida", relatou Thamires. A busca por ajuda levou-a a São Paulo, onde recebeu a orientação para o uso da cannabis, especialmente para lidar com a espasticidade nas pernas, uma das sequelas da esclerose.

O alto custo dos medicamentos tornou o início do tratamento um desafio para Thamires. "Era muito caro na época, e eu não tinha condições de comprar. Por isso, entrei com um pedido pelo plano de saúde para conseguir o medicamento o mais rápido possível, o óleo de CBD, sendo uma escolha minha", afirmou.

Após iniciar o tratamento, Thamires experimentou uma melhora significativa na espasticidade das pernas. "Isso facilita, pois eu consigo aguentar melhor os movimentos na fisioterapia, consigo andar", compartilhou. Ao longo do processo, ela perdeu gradualmente a força na perna esquerda, passando de muletas para andador. Apesar das dificuldades, a cannabis desempenha um papel fundamental em seu tratamento.

Antes da descoberta da esclerose, um diagnóstico errado levou a paciente a realizar diversos exames. Thamires explica que sua esclerose é atípica, com poucas lesões no cérebro e a maioria na medula, diferente do padrão da doença.

"A minha esclerose vai piorando aos poucos, ela é progressiva, ela vai piorando aos pouquinhos ao longo dos anos", destacou. Apesar do auxílio da cannabis na diminuição das sequelas, a natureza progressiva da doença impede a reversão completa dos sintomas.

Thamires enfatiza que, devido à progressão da doença, não consegue correr ou dançar. "Não consigo voltar ao que era antes", lamentou. No entanto, com o uso da cannabis, ela permanece mais ativa e motivada.

"Ele começou a me permitir manter ativa, e não perder o que eu ainda não perdi. Eu vou perder com menos velocidade, digamos assim", concluiu Thamires.