Construção de um futuro melhor a partir do cânhamo começa agora
Em mais um texto elucidativo sobre o potencial do cânhamo, o colunista Marcelo De Vita Grecco discute as possibilidades da aplicação da cultura para fortalecer a economia do Brasil e o já poderoso agronegócio nacional, podendo ser uma aposta estratég
Publicada em 07/01/2021
Coluna de Marcelo De Vita Grecco*
Raízes, sementes, flores, folhas e talo. Tudo do cânhamo pode ser aproveitado, seja em partes segmentadas, pelo fluído celular ou a planta inteira. Estamos falando de infinitas possibilidades, incluindo combustíveis, produtos químicos abrasivos, tecidos para vestuário e itens de uso pessoal, além de fibras industriais para uso têxtil, e na fabricação de bens de consumo duráveis. Essa gama abrange ainda papéis, bioplástico e material para construção civil. Se considerarmos apenas as sementes, é possível produzir óleos comestíveis, produtos e suplementos alimentares, bem como itens de beleza e higiene pessoal. E daria para listar mais alternativas, muito mais.
Por tudo isso o cânhamo é a commodity do futuro. Quem acompanha essa coluna desde o início, em outubro do ano passado, já conhece todo o potencial dessa planta, capaz de fortalecer o já poderoso agronegócio brasileiro e impulsionar a retomada econômica do País
Por tudo isso o cânhamo é a commodity do futuro. Quem acompanha essa coluna desde o início, em outubro do ano passado, já conhece todo o potencial dessa planta, capaz de fortalecer o já poderoso agronegócio brasileiro e impulsionar a retomada econômica do País. Além disso, sabe que estamos falando de uma variável da espécie Cannabis sativa que possui, no máximo, 0,2% de tetrahidrocanabinol (THC). Ou seja, sem qualquer possibilidade de gerar efeito psicoativo, algo que é sempre bom lembrar.
O Brasil tem tudo para ser protagonista mundial no cultivo, mas seria decepcionante se fôssemos, mais uma vez, apenas fonte de matéria-prima para o mundo. Não. O cânhamo pode nos colocar em um novo ciclo de prosperidade plural, ainda mais pujante no campo e com grandes horizontes para pesquisa, desenvolvimento e fabricação de produtos.
O cânhamo pode nos colocar em um novo ciclo de prosperidade plural, ainda mais pujante no campo e com grandes horizontes para pesquisa, desenvolvimento e fabricação de produtos
Essa revolução verde começou com as revelações da ciência sobre os benefícios do uso medicinal da cannabis. Desde então, o conjunto de evidências científicas desta vertente só aumentou. Porém, as aplicações vão muito além e podem ser divididas em cinco dimensões.
Na primeira, o cânhamo constitui uma commodity com força para impulsionar as receitas do agronegócio. A segunda dimensão envolve suas aplicações industriais sem qualquer relação com o consumo humano direto. Outra vertente reúne alimentos, bebidas e suplementos alimentares.
A quarta dimensão abrange saúde e bem-estar, englobando produtos voltados à prevenção de enfermidades e bem-estar para venda sem prescrição médica (OTCs), cosméticos, entre outros. Temos aí também os medicamentos de uso controlado produzidos a partir da Cannabis sativa que possui maior concentração de THC em sua composição. A última linha contempla produtos de uso adulto que, por enquanto, fica à margem do radar, pois deve demorar bastante para ser desenvolvida no Brasil.
Esse movimento coletivo e colaborativo precisa de novos empreendedores, grandes players e investidores dispostos a fazer acontecer, bem como do papel governamental na definição de regulamentações para cada vertente e de políticas que favoreçam e estimulem a livre iniciativa
Com exceção dos produtos de uso adulto, todas as outras dimensões têm caminho fértil para desenvolvimento do ecossistema de cadeia produtiva. Esse movimento coletivo e colaborativo precisa de novos empreendedores, grandes players e investidores dispostos a fazer acontecer, bem como do papel governamental na definição de regulamentações para cada vertente e de políticas que favoreçam e estimulem a livre iniciativa.
Em relação a outros mercados, o cenário nacional ainda tem percurso mais sinuoso, demandando mais tempo, recursos e esforços. Entretanto, é possível colocar negócios em pé e isso acontece com cada vez maior frequência. Certamente, o trajeto fica mais fácil se a ideia for boa e inovadora.
Por isso, ao longo do ano essa coluna trará informações e dados para quem tem interesse no mercado legal da cannabis em cada uma de suas dimensões. Também revelaremos tendências, apontaremos insights e abordaremos aspectos importantes para projetos bem estruturados saírem do papel e se transformarem em bons negócios
Por isso, ao longo do ano essa coluna trará informações e dados para quem tem interesse no mercado legal da cannabis em cada uma de suas dimensões. Também revelaremos tendências, apontaremos insights e abordaremos aspectos importantes para projetos bem estruturados saírem do papel e se transformarem em bons negócios. Não poderia haver melhor forma de começar o ano do que convidar você para nos acompanhar nessa jornada, com a expectativa de um grande 2021 à frente. Vem comigo!
*Marcelo De Vita Grecco é cofundador, head de Negócios da The Green Hub e colunista do Sechat
As opiniões veiculadas nesse artigo são pessoais e de responsabilidade de seus autores.
Veja outros artigos de nossos colunistas:
Alex Lucena
- Inovação e empreendedorismo na indústria da Cannabis (19/11/2020)
- Inovar é preciso, mesmo no novo setor da Cannabis (17/12/20)
Marcelo de Vita Grecco
- Cânhamo é revolução verde para o campo e indústria (29/10/2020)
- Cânhamo pode proporcionar momento histórico para o agronegócio brasileiro (26/11/2020)
- Brasil precisa pensar como um país de ação, mas agir como um país que pensa (10/12/2020)
- Por que o mercado da cannabis faz brilhar os olhos dos investidores? (24/12/2020)
Ricardo Ferreira
- Da frustração à motivação (03/12/2020)
- Angels to some, demons to others (31/12/2020)
Paulo Jordão
- O papel dos aparelhos portáteis de mensuração de canabinoides (08/12/2020)
- A fórmula mágica dos fertilizantes e a produção de canabinoides (05/01/2021)
Wilson Lessa- O sistema endocanabinoide e os transtornos de ansiedade (15/12/2020)