A Esclerose Múltipla é uma doença neurológica, crônica e autoimune. Isso significa que as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares. A causa específica da doença ainda é desconhecida (embora suspeite-se que fatores genéticos e, até mesmo, a infecção por um vírus possam desenvolver a doença), mas, ainda assim, a EM tem sido foco de muitos estudos no mundo todo, o que tem possibilitado constante e significativa evolução na qualidade de vida de pacientes que sofrem com a patologia.
Os pacientes são geralmente jovens, em especial mulheres de 20 anos a 40 anos. A Esclerose Múltipla não tem cura e pode se manifestar por diversos sintomas, como: fadiga intensa, depressão, fraqueza muscular, alteração do equilíbrio da coordenação motora, dores articulares, disfunção intestinal e da bexiga e alterações visuais, tidas como o sintoma mais comum da doença. A Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem) estima que existam aproximadamente 40 mil pessoas com Esclerose Múltipla no Brasil e 2,8 milhões, em todo o mundo.
Estudos mostram que o uso de derivados da Cannabis sativa, tais como o CBD e o THC, podem ser aliados no tratamento da EM. Tendo em vista os efeitos sobre o sistema nervoso dos pacientes avaliados em diversas pesquisas, a conclusão da maioria foi: houve redução significativa na liberação de proteínas inflamatórias, diminuição da morte celular e maior controle da dor neuropática com o uso contínuo desses componentes.
Análise também feita pela Abem sugere que, embora o tratamento com canabinoides ainda não seja o de primeira escolha de muitos pacientes, a Anvisa já aprovou no Brasil a comercialização de remédios como o Mevatyl, um medicamento especial à base de compostos canabinoides para o tratamento da espasticidade, um sintoma bastante comum na EM.
Um estudo realizado por uma pesquisadora da Universidade de São Francisco (USF) mostrou, por meio de uma revisão sistemática em diversos artigos científicos publicados em bancos de dados, como SciELO e Google Acadêmico, que ensaios clínicos sustentam o uso dos agentes canabinoides como analgésicos, o que confirma a perspectiva de que o tratamento pode vir a ser utilizado como auxiliar para diminuição da dor, particularmente aquela de origem neuropática, como a esclerose.
Devido aos efeitos paliativos promissores, espera-se que as pesquisas continuem e novos testes clínicos possam contribuir para o reconhecimento da segurança e eficácia dos canabinoides com a finalidade de melhorar as condições de saúde e a qualidade de vida de pacientes que necessitam dessa terapia.
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