Após seis meses de intensas discussões e audiências com especialistas, a Assembleia dos Cidadãos sobre o Consumo de Drogas na Irlanda está prestes a apresentar suas recomendações ao parlamento irlandês.  

Composta por 99 membros, essa assembleia dedicou centenas de horas à análise aprofundada de todas as facetas do consumo de drogas no país. Seu presidente, Paul Reid, destacou o "forte desejo de mudança" entre seus membros e a crescente percepção de que a criminalização das drogas é uma abordagem excessivamente severa. Entretanto, a forma precisa que essas mudanças assumirão ainda está em aberto, gerando expectativas e incertezas na sociedade. 

O Grupo Crainn, focado em políticas de drogas, apresentou argumentos à favor da descriminalização da posse de cannabis, do cultivo doméstico e da implementação de um modelo de clube social da planta. Porém, há preocupações quanto à possível adoção de um sistema de desvio que forçaria todos os consumidores de drogas a passarem por tratamento compulsório, uma medida que suscita controvérsias. 

Enquanto os defensores da reforma das políticas de drogas lamentam a falta de discussões sobre legalização total e modelos regulamentados de mercado, resta agora ao parlamento irlandês decidir quais recomendações serão implementadas. 

Como parte de um processo democrático, as assembleias de cidadãos têm desempenhado um papel significativo na condução de mudanças constitucionais, e a sociedade irlandesa aguarda ansiosamente as próximas etapas desse importante debate sobre as leis de drogas no país.