69% dos brasileiros são contrários a descriminalização da maconha para uso próprio

Pesquisa desenvolvida em 129 cidades diferentes, com a participação de 2.000 pessoas tem perguntas sobre a votação do STF e dados distintos quanto a sexo, idade, religião e política

Publicada em 15/07/2024

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Imagem: Banco de Fotos

Uma recente pesquisa do Ipec, realizada entre 4 e 8 de julho em todas as regiões do país (129 cidades de todos os estados) revela uma forte resistência dos brasileiros à descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. Dos 2.000 entrevistados, 69% manifestaram-se contrários à medida, demonstrando um cenário de ampla rejeição. Já 24% dos entrevistados responderam que são favoráveis a descriminalização do porte para uso pessoal. A pesquisa inédita foi divulgada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, também mostra que o uso é desaprovado pela maioria dos eleitores de Lula quanto Bolsonaro.

Perguntados sobre a decisão do STF (supremo Tribunal Federal) de descriminalizar o usuário de maconha, 67% foram contrários à decisão. Alinhados a essa resposta, 57% “concordam totalmente” e 11% “concordam em parte” com a afirmativa: “A decisão do STF sobre a descriminalização do porte de maconha para consumo pessoal pode aumentar o tráfico de drogas”.  

Já para a pergunta “qualquer pessoa que estiver portando maconha, independentemente da quantidade, deve ser presa?”, 47% votaram em “concordo totalmente” e 13% em “concordam em parte”. Em contrapartida, 14% “discordam em parte” e 20% “discordam totalmente” (3% nem concordam nem discordam).

Também, foi perguntado se “a descriminalização do porte da maconha diminuirá a desigualdade das abordagens policiais e do sistema judicial, principalmente contra pessoas negras e pobres”. 50% dos respondestes “discordam totalmente” ou “em parte”.  

 

Perfil dos votantes

 

28% dos homens foram a favor da descriminalização, já entre as mulheres, 20%. Na comparação etária, entre os 16 e 24 anos, 38% dos votantes são favoráveis. Entre os 45 e 49 anos, apenas 16%. No campo religioso, entre os evangélicos, 16% dizem sim à descriminalização e 41%, entre os “sem religião”, são favoráveis.

Quando olhamos para a política, entre os eleitores do Lula, 60% são contra e 32% são a favor. Já quem apoia Jair Bolsonaro, 81% votou contra na pesquisa sobre a descriminalização do porte da maconha e 14% foram favoráveis.