Preta Gil busca tratamento contra o câncer no exterior; entenda o papel cannabis na oncologia
Em entrevista ao Fantástico, cantora compartilhou detalhes sobre o procedimento cirúrgico e o tratamento agressivo para combater o câncer
Publicada em 01/04/2025

Preta Gil, 50 anos, é cantora, atriz, apresentadora, empresária e filha do músico Gilberto Gil | Imagem: Reprodução Instagram @pretagil
A cantora Preta Gil anunciou recentemente que deixará o Brasil para buscar um tratamento experimental contra o câncer no exterior, durante sua participação no programa "Domingão com Huck" no último domingo (30), na Rede Globo.
Após enfrentar cirurgias e quimioterapias intensas, a artista agora busca novas alternativas para sua recuperação, evidenciando os desafios que milhões de pacientes oncológicos enfrentam diariamente.
"Estou entrando em uma fase difícil. No Brasil, já fizemos tudo o que podíamos, agora minha chance de cura está no exterior, e é para lá que eu vou. Sei que sou uma mulher privilegiada, mas se tenho a condição de ir para fora, eu vou", afirmou a artista à Revista Quem.
Preta demonstrou otimismo em relação ao futuro, expressando o desejo de retornar ao Brasil curada e retomar suas atividades. "Quero voltar para cá, curada, e poder retomar tudo o que amo fazer, como vir aqui cantar, ser jurada, brincar com minha neta, com meus sobrinhos, enfim, ver meu filho, ver esse ser incrível que ele é. Tenho muita coisa para realizar ainda nesta vida, então me recuso a aceitar que acabou para mim agora. Acredito que ainda tenho um longo caminho pela frente", disse na entrevista.
Preta Gil revelou em entrevista ao Fantástico que está realizando um tratamento experimental em Nova York. Em dezembro do ano passado, a cantora passou por uma cirurgia de 21 horas, na qual retirou parte de seu aparelho digestivo e sistema linfático, além de seis tumores. Ela também fez uma peritonectomia e quimioterapia intraperitoneal.
Segundo a oncologista Patrícia Maira Torres Costa, o procedimento cirúrgico foi extremamente agressivo. "É uma cirurgia difícil, realizada apenas em pacientes selecionados, como no caso de Preta Gil, que possui condições físicas e financeiras adequadas. O tratamento é altamente tóxico e pode causar desnutrição, exigindo que o paciente esteja muito preparado para suportá-lo", explicou à Quem.
Cannabis como aliada no tratamento oncológico
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 20 milhões de pacientes em todo o mundo convivem com o diagnóstico de câncer, enfrentando desafios físicos, emocionais e sociais associados à doença. Em meio a esse cenário complexo, a cannabis emerge como uma possível aliada no tratamento oncológico.
Um estudo publicado na revista científica Cancer Research, uma equipe de cientistas mergulhou fundo nesta relação, buscando desvendar os mistérios por trás dessa conexão.
Descobertas científicas sobre a cannabis e o câncer
Os pesquisadores examinaram dados de uma ampla variedade de fontes, desde estudos clínicos até relatos de pacientes, para entender como os compostos ativos da cannabis, especialmente o THC e o CBD, interagem com as células cancerígenas e os sintomas associados ao tratamento do câncer. Surpreendentemente, suas descobertas sugerem que a cannabis pode oferecer uma gama de benefícios significativos para pacientes oncológicos.
Uma das conclusões mais marcantes do estudo foi a capacidade da cannabis de aliviar os efeitos colaterais debilitantes da quimioterapia e da radioterapia, como náuseas, vômitos, dor e perda de apetite. Além disso, os pesquisadores observaram evidências promissoras de que certos compostos da planta podem inibir o crescimento e a disseminação de células cancerígenas em alguns tipos de câncer, oferecendo assim uma nova via terapêutica para combater a doença.
O futuro da cannabis na oncologia
No entanto, os cientistas enfatizam a necessidade de mais pesquisas para entender completamente os mecanismos subjacentes e determinar as melhores práticas para o uso da cannabis no contexto do tratamento do câncer. Questões como dosagem, perfil genético do paciente e interações com outros medicamentos permanecem áreas de investigação crucial.
Diante desse cenário, a cannabis tem sido amplamente debatida como um potencial recurso complementar no tratamento oncológico. Muitos pacientes relatam melhorias significativas na qualidade de vida ao utilizar a cannabis medicinal para controlar dores crônicas e minimizar os efeitos colaterais das terapias convencionais.