Cannabis como aliada nos cuidados paliativos dos pacientes em estado crítico

Como os produtos à base de cannabis podem ajudar nos desafios e promessas na busca por melhor qualidade de vida

Publicada em 07/03/2024

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Em meio aos desafios enfrentados pelos pacientes em cuidados paliativos, onde o foco é proporcionar uma jornada mais confortável e menos dolorosa em fases terminais de doenças, a cannabis medicinal emerge como uma opção promissora. Este tratamento complementar visa atenuar os efeitos adversos de terapias convencionais, com destaque para a gestão da dor, comum em grande parte desses casos.

A cannabis, rica em mais de 140 compostos, incluindo os bem estudados 9-tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), atua no sistema endocanabinóide, modulando sistemas essenciais como imunológico, nervoso autônomo, gastrointestinal, endócrino e cardiovascular.

Os receptores CB1 e CB2, aliados aos neurotransmissores anandamida (AEA) e 2-araquidonilglicerol (2-AG), desempenham papéis cruciais nesse sistema. A ativação do CB1 resulta em efeitos como a diminuição do AMPc, fechamento de canais de íons e influência na liberação de neurotransmissores, como GABA e glutamato.

No entanto, não se trata apenas de gerir aspectos físicos. O aspecto psicológico, frequentemente afetado por distúrbios do sono, ansiedade e depressão, não pode ser negligenciado. Embora ainda não elucidado completamente, evidências indicam que a cannabis, especialmente o CBD, pode trazer melhorias nesses sintomas, influenciando a regulação do humor.

Apesar dos benefícios observados, a prescrição da cannabis medicinal em cuidados paliativos enfrenta desafios. A definição da formulação ideal, o momento adequado para iniciar a associação ao tratamento convencional e preocupações sobre interações com terapias tóxicas são questões em aberto. Além disso, crenças e preconceitos em relação à cannabis persistem, afetando a aceitação dessa abordagem.

O uso da cannabis medicinal, em conjunto com tratamentos convencionais, apresenta uma melhora significativa nos sintomas debilitantes, como dores, náuseas, vômitos, ansiedade e depressão. No entanto, são necessários mais estudos duplo-cegos randomizados para validar as observações práticas, proporcionando uma compreensão mais aprofundada do seu mecanismo de ação.

Nessa busca por maior confiança e desmistificação do tratamento, é crucial superar desafios e promover pesquisas que embasem a prescrição assertiva da cannabis medicinal. 

Para auxiliar médicos na prescrição segura e no esclarecimento sobre as diferentes abordagens da medicina endocanabinoide, a Sechat Academy investe na educação desses profissionais. O curso "O Uso dos Produtos à Base de Cannabis na Prática Clínica" proporciona amplo conhecimento sobre o tratamento de diversas patologias com a aplicação da terapia canábica. No dia 22 de junho, será realizada mais uma edição do curso imersivo e presencial da Sechat Academy, e as inscrições estão abertas. Clique aqui para saber mais.

Assim, podemos aspirar a um futuro onde essa opção se torne parte integrante e eficaz dos cuidados paliativos, proporcionando aos pacientes uma melhor qualidade de vida, conforto e dignidade para o paciente", diz o médico e professor da Sechat Academy, Marcelo Pierro. 

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