Associação Médica Alemã pede revogação da legalização parcial da cannabis

Documento defende proteção de jovens, aumento de impostos sobre tabaco e regulamentação mais rígida no sistema de saúde

Publicada em 03/12/2024

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Imagem Ilustrativa: Canva Pro

A Associação Médica Alemã apelou ao próximo governo federal para revogar a legalização parcial da cannabis, implementada em 1º de abril. A entidade publicou um documento defendendo a retirada total das regulamentações que permitem a posse e o cultivo controlado da substância para uso recreativo, conforme noticiado pela rede editorial RND e divulgado pelo portal ZDF. O novo chanceler federal é o social-democrata Olaf Scholz, líder da coalizão do SPD com os Verdes e o FDP, substituirá Angela Merkel.

Propostas para saúde pública

 

Além da revogação da legalização da cannabis, a Associação sugeriu a criação de um imposto sobre produtos ricos em açúcar e gordura, visando proteger crianças e jovens do consumo excessivo. A entidade também propôs a proibição de publicidade de produtos prejudiciais à saúde direcionada ao público infanto-juvenil.

O documento inclui ainda recomendações para aumentar os impostos sobre tabaco e nicotina, com a receita destinada ao sistema de saúde. Produtos como cigarros eletrônicos descartáveis e aromatizantes em dispositivos eletrônicos deveriam ser totalmente proibidos.

Modelo de gestão e regulação médica

 

No campo da gestão de saúde, a Associação sugeriu que os pacientes sejam orientados por um "médico principal", responsável por coordenar o atendimento e emitir encaminhamentos, garantindo maior eficiência no sistema. A entidade também defende tarifas mais atrativas para os segurados e a limitação da influência de investidores financeiros em práticas médicas por meio de regulamentações legais.

Controvérsia política

 

A legalização parcial da cannabis foi uma das medidas mais polêmicas do governo anterior, liderado pela coalizão "semáforo", e contou com a defesa do Ministro da Saúde, Karl Lauterbach (SPD). No entanto, a União (CDU/CSU) já sinalizou a intenção de reverter a lei caso assuma o comando no próximo Bundestag, cuja eleição está marcada para 23 de fevereiro.

A discussão sobre o tema promete ser um dos principais pontos da campanha eleitoral, reacendendo o debate sobre saúde pública e regulamentação de substâncias no país.

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