Canabigerol (CBG) mostra potencial no tratamento da dermatite atópica, indica estudo
Pesquisadores analisaram os efeitos anti-inflamatórios do CBG em modelos celulares e animais, apontando benefícios para a barreira cutânea
Publicada em 30/01/2025
Imagem Ilustrativa: Canva Pro
Um estudo publicado no MDPI investigou os efeitos do canabigerol (CBG) no tratamento da dermatite atópica (DA), uma condição inflamatória crônica da pele. Os pesquisadores analisaram modelos celulares e experimentos com camundongos, observando que o composto reduziu marcadores inflamatórios e melhorou a integridade da barreira cutânea.
CBG reduz inflamação e melhora quadro clínico
Os testes foram realizados em queratinócitos humanos (células HaCaT) tratados com CBG, onde os cientistas notaram uma redução na expressão de citocinas inflamatórias, como IL-1B, IL-6 e TNF. Nos modelos animais, os camundongos tratados com CBG apresentaram melhora significativa na gravidade da dermatite, com redução da espessura epidérmica e menor contagem de mastócitos – células associadas às reações alérgicas.
Além disso, análises moleculares indicaram que o CBG modulou a via JAK-STAT, um dos principais mecanismos envolvidos na inflamação da DA. O composto também reduziu a ativação do NF-κB, um fator de transcrição ligado à resposta imune exacerbada.
Perspectivas para novos tratamentos
O estudo sugere que o CBG pode ser um candidato promissor para o desenvolvimento de terapias tópicas voltadas a doenças inflamatórias da pele. Apesar dos resultados positivos, os pesquisadores destacam a necessidade de mais investigações clínicas para confirmar a eficácia e a segurança do composto em humanos.
A dermatite atópica afeta milhões de pessoas no mundo e está associada a fatores genéticos e ambientais. Tratamentos convencionais, como corticosteroides e imunossupressores, podem causar efeitos adversos quando usados a longo prazo, aumentando o interesse por alternativas terapêuticas mais seguras.
A pesquisa reforça a crescente atenção da ciência aos canabinoides não psicoativos, como o CBG, e seu potencial no manejo de doenças inflamatórias.