A bursite, inflamação que acomete pequenas bolsas cheias de líquido — conhecidas como bursas —, tem impactado a mobilidade e a qualidade de vida de milhares de pessoas, especialmente adultos de meia-idade e idosos. Tradicionalmente tratada com anti-inflamatórios e fisioterapia, a condição agora ganha um novo foco terapêutico: a cannabis medicinal.

Estudos têm evidenciado que canabinoides como o THC (tetrahidrocanabinol) e o CBD (canabidiol), substâncias presentes na planta da cannabis, apresentam propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, oferecendo alívio para dores crônicas e rigidez articular causadas pela bursite.

A inflamação das bursas geralmente está relacionada a sobrecarga, movimentos repetitivos ou condições associadas ao envelhecimento. Os sintomas incluem dor intensa, inchaço e limitação dos movimentos nas articulações afetadas — especialmente ombros, quadris, joelhos e cotovelos.

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Cannabis e sistema endocanabinoide

A eficácia da cannabis no tratamento de quadros inflamatórios está diretamente ligada à sua interação com o sistema endocanabinoide, um complexo biológico responsável por modular funções como dor, sono, inflamação e imunidade. Ao atuar sobre os receptores CB1 e CB2, presentes no sistema nervoso e no sistema imunológico, os canabinoides ajudam a reduzir a resposta inflamatória e a sensação de dor.

Um estudo publicado no Journal of Pain Research demonstra que o CBD pode atuar como modulador da inflamação crônica em doenças musculoesqueléticas. Leia aqui o estudo completo (PMC5549367).

Já outro artigo da PubMed, que revisa os efeitos dos canabinoides no tratamento de dores articulares e reumáticas, reforça o uso terapêutico da cannabis em distúrbios musculoesqueléticos. Confira o estudo (PubMed 33729211).

Alívio relatado por pacientes

Além da literatura científica, relatos clínicos apontam melhora na qualidade de vida de pacientes que incluíram produtos à base de cannabis em seus tratamentos. Os benefícios mais frequentemente mencionados envolvem melhora no sono, redução da dor, aumento da amplitude de movimento e diminuição da necessidade de medicamentos convencionais. Veja o relato de paciente:

Apesar dos resultados promissores, médicos ressaltam que o tratamento com cannabis deve ser individualizado, com prescrição e acompanhamento profissional. Fatores como tipo de canabinoide, forma de administração (óleo, cápsula, tópico), concentração e frequência devem ser definidos de forma segura.