Crianças hospitalizadas na Jamaica por consumir doces com cannabis
Embalagens atrativas estimulam o consumo não autorizado por crianças
Publicada em 05/10/2023
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Nos últimos dias, uma notícia alarmante vinda da Jamaica chamou a atenção do mundo: "Mais de 60 crianças são hospitalizadas após comerem doces com maconha." O título, por si só, já causa apreensão, mas é essencial analisar essa situação com cautela e considerar as nuances que a cercam.
As embalagens de doces com derivados da cannabis têm se tornado uma tendência preocupante em alguns lugares, incluindo a Jamaica. Essas embalagens muitas vezes são projetadas de forma atraente, com cores vibrantes e desenhos infantis, o que torna difícil a identificação dos produtos como contendo substâncias psicoativas.
“Esse é um aspecto significativo que contribui para o consumo não autorizado por crianças”, diz o médico psiquiatra com amplo conhecimento em cannabis, Dr. Wilson Lessa, que destaca ainda a alta concentração do produto consumido pelas crianças:
“Para se ter uma ideia, em um tratamento médico com o Tetrahidrocanabinol (THC) para adultos, a dosagem de até 7 mg/dia é considerada uma baixa dosagem, entre 7 e 18 mg/dia uma dosagem moderada e acima de 18 mg/dia uma dosagem alta. Uma dosagem de 100 mg em uma única balinha é um padrão alto até para consumo adulto".
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É crucial destacar que as crianças são vulneráveis a essas situações devido à falta de discernimento e à atração que embalagens assim exercem sobre elas. A indústria de doces com cannabis, infelizmente, está explorando essa vulnerabilidade. Esses produtos muitas vezes não possuem qualquer aviso sobre seu conteúdo, tornando-se extremamente perigosos quando caem nas mãos erradas.
As autoridades jamaicanas estão investigando como esses doces chegaram às mãos das crianças e se há responsáveis diretos por essa situação. Além disso, é importante lembrar que o consumo de maconha por menores é ilegal em muitos países, incluindo a Jamaica, devido aos riscos para o desenvolvimento cerebral em adolescentes e crianças.
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"Dado a farmacologia do THC, mesmo em dosagens altas não há o risco de parada cardiorrespiratória, mas confusão mental temporária e vômitos são complicações mais prováveis", lembra Lessa.
A educação sobre os perigos do consumo de substâncias psicoativas, o controle rigoroso das embalagens de produtos relacionados à cannabis e uma maior vigilância por parte dos pais e cuidadores são passos essenciais para evitar problemas como este no futuro.
Portanto, enquanto a manchete inicial pode ser chocante, é crucial entender as complexidades por trás do caso das crianças hospitalizadas na Jamaica e se esforçar para prevenir que situações similares ocorram em qualquer lugar do mundo.