Donald Trump assume a presidência dos EUA pela segunda vez com questões sobre legalização da cannabis
Posse do presidente gera incertezas no mercado de cannabis mesmo após manifestações favoráveis durante campanha
Publicada em 20/01/2025
Imagem: PixaBay
Donald Trump assume hoje (20) a presidência dos Estados Unidos pela segunda vez. A cerimônia acontece em Washington, onde o presidente deve fazer um discurso incluindo a ampliação dos poderes do Executivo, deportações em massa de imigrantes, retaliações contra inimigos políticos e uma reconfiguração do papel dos EUA no cenário mundial.
Em discurso que ocorreu ontem, Trump já sinalizou que pretende manter uma avalanche de decretos logo no primeiro dia de governo, gerando mudanças significativas em diversas áreas. No campo econômico, as políticas de Trump devem ter caráter inflacionário, com potencial para impactar outros países, incluindo o Brasil, especialmente em relação a preços e juros.
Entre as medidas de maior impacto estão o aumento de tarifas para produtos importados, a redução de impostos domésticos e o incentivo à indústria norte-americana. Trump também se opõe a incentivos para a transição energética, o que pode desacelerar iniciativas sustentáveis.
A proposta de Trump de aumentar as tarifas sobre produtos importados pode prejudicar os exportadores brasileiros. A ideia inicial é importar uma alíquota entre 10% e 20% sobre todas as importações, afetando diretamente os parceiros comerciais dos EUA.
Em um discurso, Trump pressionou o bloco econômico BRICS, do qual o Brasil faz parte, para que desistisse da criação de uma nova moeda que substituísse o dólar nas transações comerciais. Caso contrário, ameaçou importar tarifas de 100% sobre os produtos exportados para os EUA. Podemos se despedir das vendas para a maravilhosa economia dos EUA”, declarou Trump.
Controvérsias sobre a cannabis
Para o mercado local de cannabis, Trump deixou algumas incertezas. Durante a campanha presidencial, o presidente do EUA expressou apoio à descriminalização da posse de pequenas quantidades de cannabis para uso pessoal entre adultos. Além disso, afirmou que votaria "sim" pela legalização da maconha na Flórida, indicando que seu governo poderia avançar em uma aprovação nacional da planta.
No entanto, o posicionamento do novo governo em relação às drogas gera controvérsia. Alguns membros do gabinete de Trump apoiaram reformas na legislação sobre a maconha, enquanto outros adotaram posturas mais conservadoras.
Entre as nomeações, Trump escolheu Dave Weldon, crítico da cannabis medicinal, para chefiar o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Em contrapartida, Robert F. Kennedy Jr., nomeado para liderar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, é favorável à legalização da maconha e dos psicodélicos para fins terapêuticos.
Para a carga do procurador-geral, Trump escolheu Pam Bondi, que se opõe à legalização da maconha medicinal. No conselho consultivo não governamental instaurado por Trump, destacam-se Elon Musk e Vivek Ramaswamy, ambos defensores da reforma da legislação sobre cannabis e psicodélicos.
Segundo especialistas, apesar de Trump ter expressado apoio à indústria da cannabis durante a campanha, o impacto regulatório do seu governo ainda é incerto. Com uma equipe dividida e nenhuma declaração recentes sobre o tema, mudanças inesperadas em políticas fiscais e regulatórias podem afetar diretamente o setor da cannabis.