Jovens são hospitalizados após consumirem droga que tenta imitar efeito da cannabis
Os cinco adolescentes recentemente internados em Londres utilizaram "vapes" com a droga zombie - Spice que imita os efeitos da maconha e pode causar prejuízos para a saúde
Publicada em 19/02/2024
Cinco jovens em Londres foram hospitalizados após utilizarem cigarros eletrônicos, popularmente conhecidos como 'vapes', que continham a perigosa droga sintética chamada 'spice'. Este episódio apenas ressalta um problema crescente no Reino Unido, onde líquidos de vaporização não regulamentados, em especial os que contêm THC, têm causado preocupação nas autoridades de saúde.
A 'spice', também conhecida como "droga zombie", entrou inicialmente no mercado de drogas de laboratório em 2008, com o objetivo de imitar os efeitos da cannabis. No entanto, é significativamente mais perigosa devido à sua potência e aos efeitos debilitantes que pode causar. A droga é categorizada como um grupo diversificado de drogas chamadas SCRAs (agonistas dos receptores canabinoides sintéticos), sendo mais imprevisíveis e prejudiciais do que a cannabis.
O professor Michael Cole, especialista em Ciência Forense da Universidade Anglia Ruskin, destacou que essas drogas fabricadas em laboratório, concebidas para imitar os efeitos da cannabis, são encontradas em laboratórios clandestinos, possivelmente na China e na Índia, e são comercializadas de maneiras diversas.
Estudos revelam que os compostos presentes na 'spice' atuam nos receptores canabinoides do corpo, localizados principalmente no cérebro, de forma mais intensa do que a cannabis, amplificando assim os seus efeitos. A droga é vendida em sacos, com plantas secas, pulverizadas com a substância, e pode ser fumada quando o material vegetal está seco. Além disso, a droga pura pode ser misturada com líquidos de cigarros eletrónicos.
Os efeitos colaterais do consumo de 'spice' incluem tonturas, incapacidade de movimentação, problemas cardíacos e respiratórios, convulsões, bem como impactos negativos na saúde mental, como ataques de ansiedade, paranoia e pensamentos suicidas. Relatos também indicam danos nos rins e problemas gastrointestinais como consequências do uso da droga.
O recente caso dos adolescentes hospitalizados em Londres ressalta a urgência de regulamentação e controle mais rígidos sobre os líquidos de vaporização, visando proteger a saúde pública diante dos riscos crescentes associados ao consumo dessas substâncias perigosas.