Luís Maurício, da Natiruts, assume presidência da Associação Brasileira de Cannabis e Cânhamo Industrial
O músico se dedica a promover o acesso à cannabis medicinal e a regulamentação do cânhamo industrial no Brasil
Publicada em 13/06/2024
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Luís Maurício, baixista e um dos fundadores da banda de reggae Natiruts, assumiu recentemente a presidência da Associação Brasileira de Cannabis e Cânhamo Industrial (Abcci). Em turnê de despedida dos palcos, após quase 30 anos de carreira, ele afirma que vai se dedicar à luta para permitir que mais pessoas de baixa renda possam ter acesso à cannabis medicinal.
Em entrevista ao Sechat, o baixista destacou as principais ações a serem tomadas nesta nova etapa a favor do acesso à terapia canabinoide e descriminalização da planta.
"A missão é ajudar na regulamentação para a produção aqui no Brasil. Só assim poderemos baratear os custos, gerar receita para o nosso país, que poderia ser revertida para a saúde e educação, por exemplo. Além disso, estamos trabalhando em ferramentas tecnológicas para facilitar todo o processo, desde o atendimento dos pacientes e das consultas médicas até o acesso ao medicamento. É claro que não podemos permitir o retrocesso de criminalizar o usuário", afirma.
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Para promover a regulamentação do cultivo de cânhamo industrial no Brasil e convencer os legisladores sobre os benefícios dessa prática, a associação planeja adotar uma abordagem direta na capital federal. "Estamos em Brasília e isso ajuda muito. É um trabalho difícil, que tem que ser feito pessoalmente, levando informações, dados e argumentos técnicos para apresentar aos nossos legisladores. Sabemos das dificuldades, mas essa é a nossa missão", destaca Luís Maurício.
A associação pretende trabalhar para desenvolver a indústria da cannabis no país.
De acordo com uma das mais reconhecidas empresas de pesquisa em cannabis, a BDSA (Business and Defense Services Advisory), o mercado legal de cannabis nos Estados Unidos, que abrange tanto o uso medicinal quanto o uso adulto, está projetado para alcançar US$ 45 bilhões em vendas até 2027. Outro detalhe que chama a atenção é a variedade de produtos alimentícios produzidos pela indústria norte-americana à base de proteína extraída do cânhamo, além dos outros compostos da cannabis.
Segundo ele, o caminho é seguir o modelo do mercado internacional. "Temos que montar uma estratégia baseada nos outros países onde essa pauta avançou. Acredito que o caminho seja iniciar pelo cânhamo, pois tem baixíssimo teor de THC, é rico em CBD para o uso medicinal e tem inúmeras possibilidades na indústria. Posteriormente, iremos avançando, pois sabemos dos benefícios do THC."