Pesquisa revela amplo apoio ao uso terapêutico da cannabis na República Tcheca

71% dos tchecos apoiam o uso medicinal da cannabis sob prescrição médica, indicando uma mudança cultural no país e um avanço no reconhecimento da planta como ferramenta de cuidado e saúde

Publicada em 12/11/2025

Pesquisa revela amplo apoio ao uso terapêutico da cannabis na República Tcheca

Sete em cada dez tchecos defendem uso da cannabis com prescrição médica | CanvaPro

Na República Tcheca, a cannabis medicinal já é vista com outros olhos. Uma recente pesquisa mostrou que a maioria da população apoia o uso da planta sob prescrição médica, sinalizando uma mudança de percepção que une cuidado, ciência e responsabilidade. Segundo o portal Cañamo, o estudo revela que 71% dos tchecos acreditam no potencial terapêutico da cannabis, um dado que ecoa além das fronteiras europeias.


O levantamento foi conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde Mental da República Tcheca (NUDZ) e contou com 1.809 participantes de diferentes faixas etárias. Os dados mostram que, embora a sociedade ainda tenha reservas quanto ao uso recreativo, há uma clara disposição para reconhecer a eficácia da planta em contextos clínicos.


Apoio cresce, mas uso recreativo ainda divide opiniões


De acordo com o portal Cáñamo, apenas 45% dos entrevistados apoiam a regulação da cannabis para uso adulto, sem finalidade terapêutica. Já entre os que defendem o consumo medicinal, a aprovação é quase unânime.


A pesquisa também revelou preocupações sobre possíveis impactos sociais da legalização mais ampla. Cerca de 62% dos entrevistados acreditam que uma liberação total poderia aumentar o número de usuários, enquanto 47% temem sobrecarga para os órgãos de segurança pública. Por outro lado, apenas 23% enxergam que a regulação teria um impacto positivo imediato.


Esses números revelam um país dividido entre o avanço da informação científica e as barreiras culturais que ainda cercam o tema. Para muitos tchecos, o uso medicinal já é entendido como uma ferramenta legítima de saúde, mas o uso adulto segue cercado por dúvidas e receios.


Gerações mais jovens mostram maior abertura ao tema


O estudo também destacou uma diferença geracional importante: entre os jovens de 15 a 24 anos, há maior tolerância e curiosidade sobre o tema. Já entre os mais velhos, especialmente acima dos 65 anos, prevalece uma visão mais cautelosa, associando o consumo à dependência e ao risco social.

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Ainda segundo o portal Cañamo, quando comparada ao álcool, boa parte dos entrevistados considera a cannabis menos perigosa ou equivalente, sinal de que a percepção de risco está mudando gradualmente, impulsionada pela informação e pelo acesso a tratamentos que comprovam seus efeitos terapêuticos.


O cenário tcheco, portanto, reflete um processo em curso também em outras partes do mundo: o reconhecimento de que a cannabis pode ser, antes de tudo, uma aliada no cuidado com a saúde. E, como mostram as estatísticas, a aceitação cresce na medida em que a ciência e o diálogo social avançam lado a lado.

Com informações de Cañamo.Net.