Os principais mitos e verdades sobre a Cannabis medicinal

Os benefícios da Cannabis medicinal vêm chamando a atenção, cada dia mais, de pesquisadores, médicos e de pessoas que buscam uma melhor qualidade de vida com o seu uso. Por isso, é importante distinguir o que é verdade e o que é mentira quando se fal

Publicada em 11/12/2020

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Por Sechat Conteúdo

Desde 1960, as pesquisas já mostraram as propriedades da Cannabis como benéficas à saúde e a existência de receptores endocanabinoides em diferentes sistemas do organismo como o sistema nervoso, cardiovascular, digestivo, respiratório e esquelético.

A partir disso, é essencial que se discuta os inúmeros tipos de uso que a planta possui para o tratamento e cura de doenças. Mas, acima de tudo, é importante ter em mente as verdades e mentiras que rodeiam a planta. Afinal, quais são os principais mitos e fatos da cannabis medicinal?

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1. A cannabis não possui benefícios medicinais - MITO

Em 2017, foi publicado o estudo “Os efeitos da Cannabis e dos canabinoides na saúde: o estado atual das evidências e recomendações para pesquisa”, realizado por Larson e Berkowitz, a fim de combater o mito de que a “cannabis não tem uso medicinal”. Os pesquisadores encontraram 24 mil estudos publicados, entre 1o de janeiro de 1999 a 1o de agosto de 2016.

A partir dessa amostra, os pesquisadores concluíram que há evidências - entre elas, conclusivas, moderadas ou limitadas - de que os canabinoides podem ser efetivos para: dor crônica, náuseas causadas por quimioterapia, esclerose múltipla, espasticidade,  distúrbios do sono, fibromialgia, síndrome da apneia obstrutiva do sono, apetite e diminuição do peso, melhora dos sintomas da síndrome de Tourette, ansiedade, Transtorno Pós Traumático e lesões cerebrais.

(Fonte: Um panorama da cannabis medicinal no Brasil/Gabinete Senadora Mara Gabrilli)

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2. Somente o CBD apresenta propriedades medicinais - MITO

Além dos canabinoides e terpenoides, é possível encontrar na cannabis outras substâncias terapêuticas essenciais aos humanos como alcaloides, flavonoides, fenois, açúcares, entre outros. Em relação ao THC, outro canabinoide conhecido popularmente, há diversas constatações de sua eficácia terapêutica publicadas em revistas científicas de alta qualidade.

Ensaio clínico, multicêntrico, paralelo, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo avaliou a eficácia do THC, em conjunto com o CBD, para dores oriundas do câncer e demonstrou que o tratamento foi capaz de reduzir significativamente em mais de 30% os escores de dor comparado ao placebo, segundo estudo publicado no Journal of Pain and Symptom Management.

(Fonte: Um panorama da cannabis medicinal no Brasil/Gabinete Senadora Mara Gabrilli)

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3. A regulamentação da cannabis medicinal aumenta o número de adolescentes usuários para fins adultos - MITO

Segundo o estudo “Cannabis Medicinal não aumenta o uso de Cannabis em adolescentes”, publicado em 2015, na revista The Lancet Psychiatry, a regulamentação da Cannabis para uso medicinal não influenciou e não aumentou o uso da planta por adolescentes.

No mesmo ano e na mesma revista científica, foi publicado o estudo “Medical marijuana laws and adolescent marijuana use in the USA from 1991 to 2014: results from annual, repeated cross-sectional surveys”. A pesquisa também não evidencia relação significativa para o aumento do uso de Cannabis por adolescentes nos Estados norte-americanos em que a planta foi regulamentada.

(Fonte: Um panorama da cannabis medicinal no Brasil/Gabinete Senadora Mara Gabrilli)

4. Os fitocanabinoides têm comprovação científica de suas propriedades medicinais - VERDADE

Em relação aos canabinoides, há uma série de comprovações terapêuticas com resultados muito positivos, publicados em relevantes revistas e jornais científicos, que atestam a importância dos princípios ativos encontrados na Cannabis e, principalmente, de sua investigação constante. 

O Instituto Nacional de Saúde Norte-Americano (NIH) apresentou, em 1998, uma patente que afirmava que os canabinoides têm potencial terapêutico. Intitulada “Cannabinoides como antioxidantes e neuroprotetores”, a patente descreve o CBD como um potente antioxidante - mais potente que as vitaminas C e E -, e rico em propriedades neuroprotetoras, podendo proteger cérebro e o sistema nervoso de danos recorrentes de concussões ou danos cerebrais de derrames, doença de Alzheimer e doença de Parkinson.

(Fonte: Um panorama da cannabis medicinal no Brasil/Gabinete Senadora Mara Gabrilli)

5. O CBD não causa efeitos colaterais - MITO

O CBD é extremamente seguro e não há casos conhecidos de pessoas com efeitos colaterais graves, mesmo quando tomadas grandes quantidades de CBD.

Porém, dependendo de quais outros medicamentos a pessoa está tomando ao mesmo tempo, o CBD pode ter alguns efeitos colaterais bastante graves. Segundo o presidente da Association of Cannabis Specialists e instrutor de medicina da Harvard Medical School, é importante entender que em doses eficazes - isto é, mais altas -, o CBD pode interagir com medicamentos convencionais e ser potencialmente perigoso.

(Fonte: Jupiter)

6. CBD e THC têm os mesmos efeitos - MITO

Tanto o CBD quanto o THC são compostos ativos encontrados nas plantas de cannabis. Ambos são variedades da planta cannabis, mas é aí que as semelhanças terminam.

A principal diferença entre o CBD e THC fica evidente, portanto, quando essas substâncias entram em contato com o sistema endocanabinoide que existe no corpo humano. Eles potencializam os efeitos que conseguimos naturalmente com a química do cérebro mas, ainda assim, causam efeitos diferentes. 

(Fonte: Jupiter)