FDA notifica população sobre riscos do consumo do Delta-8 Tetraidrocanabinol (Δ-8 THC)
A agência reguladora de drogas e alimentos norte-americana destacou, em matéria publicada em seu site oficial, cinco questões sobre o derivado da cannabis a serem avaliadas com atenção
Publicada em 20/06/2023
Por redação Sechat
Recentemente a Food and Drug Administration (FDA), órgão responsável pelo controle e supervisão da segurança alimentar e produtos farmacêuticos, por meio de nota em seu site oficial, chamou a atenção para o uso indiscriminado do Delta-8 Tetrahidrocanabinol, derivado da cannabis popularmente conhecido como Delta - 8 THC.
De acordo com a agência, que faz parte do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA: “é prudente que os consumidores tenham ciência de que os produtos com delta-8 THC não foram avaliados e aprovados pelo FDA para uso seguro, podendo pôr em risco a saúde pública humana ou animal”.
Afirmações como:
- > Os produtos Delta-8 THC não foram avaliados ou aprovados pelo FDA para uso seguro e podem ser comercializados de forma a colocar a saúde pública em risco;
- > A FDA recebeu relatórios de eventos adversos envolvendo produtos contendo delta-8 THC;
- > Delta-8 THC tem efeitos psicoativos e intoxicantes;
- > Os produtos Delta-8 THC geralmente envolvem o uso de produtos químicos potencialmente nocivos para criar as concentrações de delta-8 THC reivindicadas no mercado;
- > Os produtos Delta-8 THC devem ser mantidos fora do alcance de crianças e animais de estimação.
São destacadas na matéria os perigos do uso do composto.
Leia a matéria completa aqui:
O que é Delta-8 THC?
Embora o Delta-9-tetra-hidrocanabinol psicoativo, também conhecido como THC, e a contraparte não psicoativa (CBD) sejam as forças dominantes no mercado legal de cannabis, bem como o mais proeminente no mercado medicinal, outros canabinoides já entraram no centro das atenções.
Um desses compostos que está subindo na hierarquia é o Delta-8-THC, um análogo menos psicoativo do THC, elogiado pelas “propriedades antieméticas, ansiolíticas, estimulantes do apetite, analgésicas e neuroprotetoras”, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer. Outro ponto que diferencia os dois compostos, do ponto de vista molecular, é apenas a ligação de carbono.
O canabinoide (Delta-8-THC) tornou-se popular graças ao professor Raphael Mechoulam em 1995, quando realizou um estudo com pacientes com câncer que, após a utilização do composto, não apresentaram mais vômitos decorrentes do tratamento quimioterápico. Este canabinoide se comporta quase exatamente como o THC “comum” na maioria dos aspectos, mas tem cerca de metade da afinidade para os receptores CB1 do nosso cérebro.
Isso resulta numa sensação bem mais suave que muitas pessoas consideram mais agradável e mais compatível com a rotina diária do paciente. Ainda que o composto contenha benefícios comprovados, um número crescente de estados dos EUA está tomando medidas para implementar a proibição do Delta-8 THC.
Desde a Farm Bill de 2018, nos Estados Unidos, os produtos derivados do cânhamo são legais em todo o país, com base no fato de que a planta não é intoxicante. No entanto, a recente comercialização de Delta-8-THC implica em uma nova questão: para aqueles que trabalham na indústria do cânhamo dos EUA, a crescente comercialização de Delta-8-THC é provavelmente animador e preocupante na mesma proporção.
Embora o composto possa oferecer mais oportunidades para fazendeiros e proprietários de negócios que trabalham com o cânhamo, também pode levar a uma legislação restritiva em torno da indústria recém-legalizada.