Sem colaboração, a inovação não caminha
Em um novo texto, o colunista Alex Lucena trata da importância da troca e do compartilhamento do conhecimento como elemento vital para o aprimoramento dos ciclos de aprendizagem das organizações.
Publicada em 11/02/2021
Coluna de Alex Lucena, com a colaboração de Damaris Ribeiro*
Muito se fala sobre inovação nos últimos tempos. Há quem pense nesse tema como algo mirabolante, resultado de investimentos gigantescos e horas de preenchimento de planilhas. Poucos, no entanto, se dão conta que inovar é também construir juntos, como em um grande Lego em que várias peças unidas resultam em verdadeiros monumentos. E num âmbito tão novo e desafiador como o da Cannabis, a união, a inovação e a evangelização são premissas básicas para o fortalecimento e desenvolvimento do setor.
O ato de colaborar é um canal importante para a diversidade, porta aberta para a potencialização de ideias e superação de barreiras. A busca em conjunto de soluções e a troca de ideias com parceiros e concorrentes contribuem muito para o desenvolvimento dos negócios, criação de soluções, modificação de metodologias e realização de novas parcerias.
O ato de colaborar é um canal importante para a diversidade, porta aberta para a potencialização de ideias e superação de barreiras.
O fortalecimento do mercado de Cannabis passa também pela promoção de conexões. É preciso ampliar o diálogo entre o meio acadêmico, startups, investidores, indústrias, áreas agrícola e governamental a fim de vislumbrar o desenvolvimento do setor. Nesse Lego corporativo, uma startup da área de educação pode tranquilamente encaixar o tema Cannabis em seu leque, abrindo um oceano azul que sequer estava no radar do fundador inicialmente.
O fortalecimento do mercado de Cannabis passa também pela promoção de conexões. É preciso ampliar o diálogo entre o meio acadêmico, startups, investidores, indústrias, áreas agrícola e governamental a fim de vislumbrar o desenvolvimento do setor.
O compartilhamento de ideias contribui tanto para a tomada de decisões quanto para a construção do ecossistema produtivo para o setor. É o que garante, por exemplo, Steve DeAngelo, considerado o pai da indústria legal da cannabis. Para ele, a corrida começará quando todos nós estivermos alinhados. “A indústria da Cannabis ainda está em processo de formação. É uma lousa em branco! Está lá, esperando que escrevam nela", diz.
Já Viviane Sedola, CEO da Dr. Cannabis, destaca a importância da diversidade na inovação e da honestidade do empreendedor para construir uma empresa sólida. Ela dá um conselho importante e faz uma provocação: "Olhe primeiro para dentro, veja quais são as suas competências. Se você quer entrar no mercado de Cannabis e já está no mercado agrícola, de soja ou de commodities, faz muito sentido entrar na parte de cultivo. Agora, vamos supor que você não entenda nada disso, vai querer estrear justamente na Cannabis?"
Andrew Freedman, que atuou por três anos como o primeiro diretor de Coordenação de Cannabis do Estado do Colorado (EUA), também dá conselhos valiosos. Para ele, o empreendedor deve pensar sobre o seu negócio em estágios. “Qual é o seu negócio nos dois primeiros anos, em seguida, para os próximos quatro anos, e, em seguida, a longo prazo", observa.
Fica claro como todos sinalizam para a necessidade de troca, do compartilhamento como elemento vital para aprimoramento dos ciclos de aprendizagem das organizações. Se conhecimento é um capital social de grande valor, pense melhor quando se debruçar da próxima vez em um projeto solitário em sua caserna.
Fica claro como todos sinalizam para a necessidade de troca, do compartilhamento como elemento vital para aprimoramento dos ciclos de aprendizagem das organizações. Se conhecimento é um capital social de grande valor, pense melhor quando se debruçar da próxima vez em um projeto solitário em sua caserna. Como diz Gil Giardelli, estudioso de Inovação e Economia Digital, você é aquilo que compartilha. Pense nisso.
*Alex Lucena é sócio e head de Inovação da The Green Hub e colunista do Sechat, com a colaboração de Damaris Ribeiro, gestora do Núcleo de Inovação e Eventos da The Green Hub.
As opiniões veiculadas nesse artigo são pessoais e não correspondem, necessariamente, à posição do Sechat.
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