Startup promete espaço físico para tratamento com cannabis na Santa Casa de Curitiba

Além dessa unidade, o espaço também será inaugurado no Eco Medical Center e, o objetivo da a Anna Medicina Endocanabinoide, é fomentar a pauta entre médicos e pacientes do estado paranaense

Publicada em 07/12/2022

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Por João R. Negromonte

Uma revolução está prestes a acontecer no ecossistema nacional da cannabis. A startup Anna Medicina Endocannabinoide, especializada na terapia canábica,  promete facilitar o acesso ao tratamento com os derivados da planta por meio da criação de espaços físicos dentro de centros hospitalares, como a Santa Casa de Curitiba e o Eco Medical Center.

“Ao longo do processo de criação da Anna, percebemos um déficit de conhecimento sobre a medicina endocanabinoide por parte dos médicos, com quase nenhuma referência e profissionais pouco habituados com a prescrição”, diz Marcelo Velo, cofundador da startup.

Segundo o Chief Operating Officer (COO) da startup, o foco principal é criar um elo de ligação entre médico, paciente e produto, com espaços de acolhimento dentro de centros hospitalares para desenvolver os profissionais de saúde, criar núcleos de pesquisas e oferecer para todo tipo de paciente a possibilidade do acesso à informação e ao medicamento. 

Uma outra novidade da empresa, foi a criação de uma marketplace que já está no ar, apresentando ao consumidor alternativas de produtos nacionais e internacionais para compra. “Não basta apenas vender os produtos, nossa missão é acolher o paciente e tirar todas suas dúvidas sobre essa terapia”, diz Kathleen Fornari, CEO da Anna Medicina Endocannabinoide.

Marcelo Velo e Kathleen Fornari, fundadores da Anna. (Imagem: Arquivo/Anna)

O que diz a legislação?

Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) possui duas resoluções (660 e 327) que regulam a importação e a aquisição de produtos derivados da cannabis. Ambas exigem receita médica para aquisição tanto dos produtos nacionais quanto importados, independentemente do tipo de produto, isto é, óleos, cápsulas, cremes, etc.

Ao ser questionado sobre como criar um centro de tratamento canábico dentro de um hospital, Marcelo explica que por se tratar de uma instituição privada, foi muito mais fácil, pois não foi necessário enfrentar as burocracias impostas por uma casa de saúde pública, por exemplo.

“Estando dentro dos centros hospitalares estamos também fomentando a ciência e auxiliando no desenvolvimento dos médicos, para que esses profissionais se ambientem ao tratamento. A partir do momento que esse médico estiver apto a prescrever e o paciente também concordar com o tratamento, ele poderá realizar a prescrição de uma receita de medicamento à base de canabidiol com toda a facilidade de já ter um espaço de acolhimento dentro do hospital”, afirma ele que continua:

“Assim, quando o paciente chegar até a Anna, nós realizaremos uma triagem para entender a melhor jornada para ele, assim daremos sequência ao tratamento e acompanhamento durante todo o processo. A expectativa é atender mais de 12 mil pessoas até 2024”, conclui Velo.