Antigo Egito utilizava cannabis para fins medicinais há milênios

Publicada em 28/08/2023

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Por Redação Sechat

O uso medicinal da cannabis não é uma novidade trazida pela modernidade. Em artefatos egípcios de mais de 4 mil anos, vestígios da planta foram encontrados, revelando que essa civilização antiga já estava familiarizada com suas propriedades terapêuticas.

A molécula responsável pelos efeitos psicoativos da cannabis, o tetrahidrocanabinol (THC), além de sua atuação como anti-inflamatória e relaxante muscular, tem sido aplicada na medicina contemporânea. No entanto, a história do uso medicinal da cannabis remonta a tempos antigos, como demonstrada por evidências encontradas no Antigo Egito.

Essas evidências podem ser encontradas em câmaras funerárias, onde resíduos da planta foram descobertos, levando os pesquisadores a acreditar que os egípcios utilizavam a cannabis durante rituais de sepultamento. Até as mesmas múmias, como o famoso faraó Ramsés, o Grande, foram traçadas com traços de THC.

Além disso, representações artísticas da deusa da escrita, Seshat, exibem a divindade com uma folha de seis pontas sobre a cabeça. Embora não seja possível afirmar definitivamente que essa coroa representava a planta de cannabis, historiadores sugerem essa possibilidade.

As práticas medicinais egípcias foram detalhadamente documentadas em papiros, que descrevem diversas utilizações da planta. A palavra "Shemshemet" parece ter sido usada para se referir à cannabis na época, e vários escritos descrevem receitas e suas finalidades medicinais.

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Por exemplo, os papiros médicos de Ramesseum mencionam um tratamento que poderia ter sido utilizado para tratar problemas oculares, como glaucoma. A receita instruía a moagem da cannabis, seguida de um período de marinamento noturno no orvalho. Pela manhã, a mistura foi utilizada para lavar os olhos.

Outro papiro, conhecido como papiro de Ebers, trazia uma receita que envolve a introdução de uma mistura à base de cannabis na vagina, provavelmente para o tratamento de cólicas ou endometriose.

O papiro de Berlim, datado da época mais recente, sugere o uso da cannabis no tratamento de febre e inflamação. Além disso, o papiro Chester Beatty indica a planta como uma opção para tratar doenças colorretais.

Essas descobertas ressaltam a importância da cannabis nas práticas medicinais de uma das mais poderosas dinastias da história. Ao resgatar esses conhecimentos, derrubamos superstições que cercam essa planta, destacando seus benefícios para a humanidade.

Um antigo ensinamento, apresente no "texto dos sarcófagos", coleção de magias funerárias que remonta a mais de quatro mil anos atrás, proclama: "Seshat abre a porta do céu para você". Esses ensinamentos perduraram ao longo de milênios, evidenciando a riqueza de conhecimento transmitido pelas culturas antigas, muitas vezes obscuras pela influência dominante dos cleros.

Os estudos sobre o uso histórico da cannabis no Antigo Egito reforçam sua importância para sociedades antigas e modernas, ao mesmo tempo que revelam a necessidade de valorizar e compreender o legado cultural que nos foi transmitido através dos tempos.