Argentina entrega primeiros lotes de óleo de canabidiol produzidos no país
Todos os integrantes do programa sofrem de epilepsia refratária e outras doenças neurológicas, como esclerose múltipla, motivo pelo qual receberão óleo de canabidiol gratuitamente pelo resto da vida com “acompanhamento médico permanente” do Hospital
Publicada em 06/10/2021
Curadoria e edição Sechat, com informações de Uol
A empresa argentina Cannava, estatal da província de Jujuy, entregou nesta segunda-feira os 50 primeiros frascos de óleo de canabidiol produzidos no país, que serão destinados a um grupo de pacientes neurológicos do Hospital Zavala, na cidade de Perico. Este óleo de canabidiol, também chamado de CBD 10, será vendido em todas as farmácias da província sob receita médica a partir de novembro. Os primeiros 50 pacientes a receber este remédio fazem parte de um programa incentivado pelo Ministério da Saúde provincial em 2017, quando Jujuy sancionou sua própria lei de cannabis medicinal.
Todos os integrantes do programa sofrem de epilepsia refratária e outras doenças neurológicas, como esclerose múltipla, motivo pelo qual receberão óleo de canabidiol gratuitamente pelo resto da vida com "acompanhamento médico permanente" do Hospital Zabala. No ato de entrega deste primeiro lote de óleo de canabidiol, o governador da província de Jujuy, Gerardo Morales, afirmou que a províncial comercializará o CBD, por todo o país entre março e abril de 2022, quando conseguir as autorizações dos órgãos reguladores.
"Todos os processos que temos do nosso laboratório piloto foram autorizados pela Anmat (Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica). Não há tiro no escuro ou improvisação, há um trabalho científico e tecnológico maduro, que está nos melhores níveis de produção de medicamentos do mundo", disse Morales.
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Segundo o governador, o canabidiol "cumpre todos os regulamentos da União Europeia", por isso começará a ser exportado tanto para a Europa como para outros países da região "quando houver uma produção maior".
O chefe do governo provincial disse que dentro de poucos dias terá as licenças para expandir de 35 para 600 hectares de cultivo, o que gerará cerca de 2.000 empregos adicionais. "A agenda da maconha para fins medicinais é também uma agenda global, é uma agenda que tem a ver com o desenvolvimento científico e tecnológico, e é aí que estamos na linha da frente", destacou Morales.
Legislação na Argentina
Em 3 de junho, o governo do presidente Alberto Fernández apresentou ao Congresso um projeto de lei para fornecer um marco regulatório para o desenvolvimento da indústria de maconha medicinal e cânhamo industrial, com o objetivo de impulsionar a produção, emprego e exportações no setor.
A lei visa fornecer um marco regulatório para o investimento público e privado em toda a cadeia médica da cannabis e complementar a Lei 27.350, aprovada em 2017, que já autoriza o uso terapêutico e paliativo da maconha no país.
No dia 12 de novembro, o governo argentino oficializou o regulamento que permite o autocultivo da cannabis medicinal em todo o país, assim como a produção e distribuição em farmácias de óleos e cremes.
Segundo o governo, o potencial econômico da maconha medicinal e do cânhamo industrial até 2025 é de 10 mil novos empregos (20% deles em pesquisa, desenvolvimento e inovação), US$ 500 milhões em vendas internas anuais e US$ 50 milhões em exportações anuais.
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