Osmar Terra: "não precisamos liberar o plantio da maconha, temos o CBD sintético".
Publicada em 15/07/2019
O Ministro da Cidadania, Osmar Terra, trouxe a posição do governo sobre a
regularização da cannabis medicinal para a audiência pública da Comissão de Direitos Humanos do Senado.
Iniciou sua fala relembrando o motivo pelo qual as drogas são proibidas no Brasil e demais países do mundo, como China, Estados Unidos e Inglaterra. “Nós estamos falando de um assunto que mexe com o mundo inteiro e não é preconceito”, disse.
Terra justificou que as drogas causam dependência química e afirma que não tem cura. “A campanha para liberar as drogas tem um movimento claro, primeiro descriminalizar o uso e depois regularizar”, rebateu. A preocupação com as mães e crianças que sofrem com as doenças prevalece, entretanto, o ministro discorda sobre a necessidade da cannabis como método de tratamento.
“Eu poderia fazer uma reunião com as mães que perderam as drogas e estão na sociedade inteira”, justificou Terra sobre o alto índice de mortes causadas por dependência química. Ele argumenta que ter fácil acesso ao uso de drogas faz com que haja mais facilidade de tragédias: “Uruguai aumentou 35% o número de homicídios, após a legalização da maconha”.
O ministro expôs os riscos de um “discurso simplório” e deixou claro que é preciso ver o que a ciência diz a respeito disso tudo. Terra afirmou que é falso que não existe epidemia de drogas no Brasil, além de que “muitos jovens virarão dependes químicos com essa história de liberar o uso de maconha medicinal”. Da perspectiva econômica, Osmar Terra rapidamente explanou que a arrecadação com a regularização da cannabis não será o
suficiente para cobrir os gastos dos tratamentos.
Com o argumento de falar sobre ciência e não opinião, o ministro exemplifica vários estudos que abordam o lado negativo das drogas e de como isso afeta a evasão escolar, comportamento suicida e também falta de diploma. “Plantar maconha tem problema e abre a porta do consumo generalizado”, ressaltou.
Osmar Terra encerrou sua fala enfatizando a sua postura contra a regularização da maconha para uso medicinal. “Não precisa plantar maconha para ter os remédios, já tem laboratório produzindo”, argumentou. O Ministro apelou ao senado para que não permitissem o plantio por “não existir maconha medicinal”.
Por fim conclamou os senadores a garantirem o acesso aos medicamentos feitos com canabidiol, mas não permitirem o plantio nem a regulamentação.
Gafes
Terra citou uma fala do pesquisador José Crippa da Usp de Ribeirão Preto que teria dito ao Fantástico que não seria necessário plantar maconha para o uso do canabidiol , já que ele pode ser sintetizado em laboratório. "Ele é o grande nome do uso do canabidiol junto com o israelense ... mas o israelense morreu...", o ministro fez duas confusões. Confundiu Crippa com o pesquisador da Unifesp Elisaldo Carlini e o israelense Raphael Mechoulan, pelo contrário, está vivo e ativo na pesquisa da cannabis medicinal.