Atuação das farmacêuticas pode impulsionar o mercado da cannabis no Brasil

Sessão de abertura do CBCM24 explica como realizar esse processo com segurança

Publicada em 23/05/2024

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Debater a participação das farmacêuticas na evolução do setor da cannabis foi o objetivo da sessão de abertura do módulo Business Cannabis, que ocorreu durante o primeiro dia do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal, principal evento científico e profissional da América Latina.

A palestra foi mediada pelo advogado Leonardo Navarro e contou com a participação dos empresários Bruna Rocha e Martín Rodríguez e das farmacêuticas Luzia Sampaio e Pollyana Raquel Rodrigues. Durante a palestra, foram debatidos os aspectos regulatórios e a atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no controle dos produtos à base de cannabis.

Pollyana, que abriu a roda de palestras, ressaltou a segurança dos produtos autorizados pela Anvisa. "Para estar no mercado, o produto deve seguir um alto rigor de controle de qualidade. Não é qualquer medicamento que está no mercado, com certeza a qualidade está assegurada", complementa.

Já Luzia, engrandeceu a atuação das farmacêuticas brasileiras e ressaltou a competitividade existente no mercado canábico. "A indústria farmacêutica brasileira é forte o suficiente para participar e agregar no mercado da cannabis. As empresas que não zelarem pela produtividade e qualidade dos produtos não vão conseguir se manter no mercado".

 

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Diretor de Empreendedorismo no Ministério do Empreendedorismo (MEMP) 

"A planta é muito complexa. Para conseguir consistência e qualidade no medicamento, é necessário recorrer a provedores de qualidade, como a farmácia, pensando desde o plantio até o produto final", destaca Martín, ao complementar o pensamento das palestrantes anteriores.

A empresária Bruna Rocha afirmou que a Anvisa ainda não está pronta para modificar o marco regulatório da cannabis. "A Anvisa tem atuado de forma incansável para assegurar segurança ao paciente. Toda a sua movimentação é embasada nas pesquisas já existentes, que ainda não apresentam um volume necessário para alterar o marco regulatório".

Bruna também ressaltou que a RDC 660 não é o mercado da cannabis, mesmo tendo um papel importante na estrutura do setor no Brasil. Por fim, a empresária mencionou a presença da cannabis nos pontos de venda, "Das 80 mil farmácias e drogarias, 11 mil já comercializam produtos à base da planta. Em 2023, 117 mil pacientes foram atendidos, analisando o crescimento de 202% no primeiro trimestre de 2024".

Durante a abertura do módulo, o diretor de empreendedorismo do Ministério, Daniel Papa, afirmou que "Está na hora de o governo federal começar a olhar com mais carinho para a pauta da cannabis". Também afirmou que a cannabis tem representatividade no governo federal: "Vocês podem bater na nossa porta", comenta o diretor.

O módulo Business Cannabis, presente na 3ª edição do CBCM, busca debater as possibilidades do mercado canábico em um contexto global. Durante as palestras, serão compreendidos os entraves legislativos, regulatórios e jurídicos do desenvolvimento do setor da cannabis.