Cannabis medicinal se consolida como aliada no alívio da cólica menstrual
Estudo clínico sugere que o canabidiol pode ajudar a reduzir sintomas emocionais ligados ao ciclo menstrual, como ansiedade, irritabilidade e estresse
Publicada em 17/12/2025

Pesquisa reforça potencial da cannabis medicinal no alívio da cólica menstrual | Reprodução IA
Para muitas mulheres, o início do ciclo menstrual vem acompanhado de irritabilidade, ansiedade e um cansaço difícil de explicar, sinais que atravessam a rotina, o trabalho e as relações.
Um estudo clínico recente lança luz sobre um possível aliado nesse período: o canabidiol (CBD). A pesquisa indica que o composto pode ajudar a aliviar sintomas emocionais ligados à menstruação, com melhora percebida já no primeiro mês de uso e efeitos mantidos ao longo dos ciclos seguintes.
Cannabis como alternativa na TPM
A pesquisa analisou os efeitos do CBD oral em sintomas relacionados ao ciclo menstrual, como irritabilidade, ansiedade, estresse e percepção geral de bem-estar.
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Ao todo, 33 participantes foram incluídas em um ensaio clínico aberto e randomizado, dividido em dois grupos com dosagens diferentes:
- 160 mg de CBD, duas vezes ao dia
- 320 mg de CBD, duas vezes ao dia
Antes do início do uso, as voluntárias passaram por um mês de avaliação basal, sem CBD. Em seguida, utilizaram o canabidiol por cinco dias consecutivos, a partir do primeiro sinal dos sintomas menstruais, ao longo de três ciclos consecutivos.
A comparação entre o período pré-uso e os meses de intervenção mostrou uma redução significativa nos níveis de sintomas menstruais, especialmente nos domínios de irritabilidade, ansiedade e estresse percebido. A melhora foi observada já no primeiro mês e se manteve ao longo dos ciclos seguintes, sugerindo um efeito consistente.
Cannabis e Saúde da Mulher: resultados promissores
Apesar dos avanços, o estudo não identificou mudanças significativas nos escores de depressão, indicando que os efeitos do CBD podem ser mais específicos para sintomas emocionais relacionados ao estresse e à irritabilidade do ciclo menstrual.
Os próprios autores destacam limitações importantes: o ensaio foi conduzido sem grupo placebo, o que impede conclusões definitivas sobre causalidade. Por isso, eles defendem a realização de novos estudos controlados, com amostras maiores, comparação com placebo e avaliação de outras vias de administração e combinações com compostos da cannabis, como terpenos.


