Cannabis na prevenção e tratamento da Covid-19
Queda nos óbitos em 2024 no Brasil traz esperança, mas a cautela permanece no combate à doença
Publicada em 15/01/2024
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Números recentes do Ministério da Saúde revelam uma diminuição nos óbitos causados pela Covid-19 no início de 2024 no Brasil. Entretanto, a mensagem dos especialistas é clara: a batalha contra a pandemia está longe de terminar, e a prevenção continua sendo a chave para a contenção do vírus.
Veja o informe do Ministério da Saúde
Cannabis como ferramenta terapêutica no tratamento e controle do Covid-19
Uma luz no fim do túnel surge de uma inusitada fonte chamada cannabis, popularmente conhecida como maconha. Uma revisão de pesquisa realizada no fim de 2023 sugere que os compostos da planta podem desempenhar um papel crucial na prevenção e no tratamento da Covid-19. Segundo os estudiosos da Universidade Dalhousie, na Nova Escócia, Canadá, os canabinoides possuem a capacidade não apenas de prevenir a infecção pelo SARS-CoV-2, mas também de reduzir a severidade da doença após o contágio.
O estudo aprofundado analisou a literatura científica disponível, destacando a influência dos compostos da planta na modulação do sistema endocanabinoide (SEC) durante as diferentes fases da Covid-19. Descobriu-se que esses compostos não apenas podem prevenir a entrada viral, mas também aliviar o estresse oxidativo e atenuar a tempestade de citocinas associada à infecção.
Essa não é a primeira vez que a cannabis se mostra promissora contra a Covid-19. Estudos anteriores, revelaram que os canabinoides impediram a infecção de células humanas pelo vírus. Uma pesquisa de 2023 apontou que consumidores de cannabis, ao contraírem a Covid-19, apresentaram resultados mais positivos e menor taxa de mortalidade em comparação com os não usuários.
Um aspecto intrigante do estudo é o potencial uso da cannabis no tratamento da chamada "Covid longa". Pacientes que sofrem com sintomas persistentes após a recuperação inicial podem encontrar alívio em canabinoides, que demonstraram eficácia no tratamento de sintomas como depressão, ansiedade, lesão por estresse pós-traumático, insônia, dor e perda de apetite.
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No entanto, os pesquisadores enfatizam que o consumo adulto da cannabis, como fumar maconha, não é uma medida preventiva eficaz contra a Covid-19. A maioria dos estudos foi realizada in vitro com extratos de cannabis, e a vacinação continua sendo a estratégia de prevenção mais eficaz.
As vacinas, conforme ressaltam os cientistas, são vitais para combater a Covid-19, mas a resposta imunológica pode ser limitada em indivíduos com condições de saúde subjacentes. Portanto, enquanto a cannabis apresenta um potencial terapêutico intrigante, a ênfase na vacinação e nas práticas preventivas permanece fundamental para controlar a disseminação do vírus e proteger populações de alto risco. A queda nos óbitos em 2024 é um alento, mas a jornada rumo à erradicação da Covid-19 exige persistência, ciência e cuidados contínuos.