Especialistas divergem sobre impacto financeiro do reescalonamento da cannabis nos EUA

Especialistas falam sobre possíveis mudança tributária e bancária, ceticismo sobre investimentos e outros assuntos

Publicada em 07/01/2025

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Imagem: Gerada por IA

A possibilidade de reescalonamento da cannabis na classificação federal dos EUA divide especialistas financeiros sobre o impacto que isso teria na indústria canábica. Enquanto alguns acreditam que mudanças poderiam atrair um grande fluxo de capital, outros permanecem céticos quanto a transformações imediatas no setor.

 

Mudança tributária e bancária: um divisor de águas?

 

Patrick Rea, diretor administrativo do Poseidon Garden Fund, afirma que a remoção da Seção 280E do Código da Receita Federal e o reescalonamento poderiam aumentar a lucratividade das empresas de cannabis, gerando maior interesse de investidores. “Com a lucratividade, o interesse dos investidores deve direcionar capital para a indústria da cannabis”, disse Rea.

Já Deepak Anand, diretor da ASDA Consultancy Services, acredita que o fim das restrições bancárias poderia abrir as portas para investimentos de grandes empresas de tabaco, álcool e farmacêuticas, consolidando a indústria como um setor convencional.

 

Ceticismo sobre uma “explosão” de investimentos

 

Por outro lado, o banqueiro Peter Su e o financista Adam Stettner questionam se o reescalonamento trará uma mudança significativa no curto prazo. Para Su, o financiamento por dívidas continuará a dominar o setor devido aos altos retornos oferecidos aos credores. “A dívida provavelmente ficará mais acessível, mas ainda estamos lidando com a ilegalidade federal”, afirmou.

Stettner, CEO da FundCanna, compartilha dessa visão e enfatiza que mudanças regulatórias não resultarão em uma enxurrada imediata de capital. “Os investidores não vão se apressar porque as leis mudam; o crescimento será gradual”, disse ele.

 

Eficiência operacional em foco

 

Kelly Fairbanks, contadora especializada em cannabis, alertou que apenas mudanças regulatórias não garantirão o sucesso financeiro das empresas. “É importante como os negócios estão funcionando efetivamente sem isso. Para alguns, mesmo sem o 280E, a lucratividade continuará distante”, disse ela.

O debate destaca que, enquanto o reescalonamento e mudanças tributárias são vistos como passos positivos, os desafios estruturais do setor permanecem uma barreira para um crescimento imediato e sustentável.

 

Leia o artigo original no MJBizDaily