Estudo revela por que variedades de maconha têm cheiros distintos

Cientistas identificaram mais de 50 compostos responsáveis pelos aromas distintos da cannabis, revelando como terpenos e outras moléculas interagem para criar perfis únicos

Publicada em 23/09/2025

Estudo revela por que variedades de maconha têm cheiros distintos

Pesquisa mostra interação entre terpenos e moléculas que moldam o odor da maconha | Reprodução IA

Cientistas realizaram o primeiro estudo guiado por percepção olfativa para identificar os compostos ativos de odor em flores secas de maconha, utilizando métodos comuns na ciência de alimentos, como cromatografia gasosa com olfatometria e análise de diluição de extratos aromáticos.


Eles identificaram 52 compostos odorantes, entre terpenos, ésteres, moléculas de enxofre, compostos fenólicos, ácidos voláteis e furanonas, sendo que 38 desses nunca tinham sido reportados antes para flores secas de cannabis, e seis não tinham sido detectados em material de cannabis até então.


Interações que moldam o aroma e implicações práticas


Embora muitos compostos voláteis estejam presentes, o estudo mostrou que apenas uma pequena fração realmente contribui para o aroma percebido. Foi atribuída a cada composto uma “fator de diluição de sabor” (flavor dilution factor), que reflete sua potência olfativa.

 

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Exemplos práticos: odores de suor foram vinculados a ácidos como butanoico, hexanoico e 2-metilbutanoico; cheiro de pipoca com 2-acetilpirazina; aroma terroso ou de pimentão com 3-isobutil-2-metoxipirazina; notas doces ou de aveia com o nonabraienal ou α-terpineol.


Além disso, o trabalho amplia o entendimento sobre como processos de secagem e cura podem gerar ou liberar certos odorantes, e abre caminho para que melhoramento genético de variedades tenha como objetivo não apenas teor de THC ou CBD, mas também perfis aromáticos desejados. 

 

Com informações de Marijuana Moment.