Holanda e os bancos de sementes de cannabis: pioneirismo que moldou o mercado global

Dos coffeeshops de Amsterdã aos bancos genéticos brasileiros, a história da cannabis mostra como a Holanda se tornou referência mundial em inovação

Publicada em 04/09/2025

Holanda e os bancos de sementes de cannabis: pioneirismo que moldou o mercado global

Atualmente, linhagens desenvolvidas em Amsterdã estão presentes nos catálogos dos principais produtores globais.. Imagem: Canva Pro

Frequentemente associada aos coffeeshops de Amsterdã, a Holanda também teve papel central na ascensão dos bancos de sementes de cannabis, responsáveis por moldar algumas das variedades mais famosas do mundo.

Nos anos 1970, os Países Baixos adotaram uma política pragmática e tolerante em relação à cannabis, permitindo o surgimento dos primeiros coffeeshops. Paralelamente, começava outra revolução: o desenvolvimento de variedades adaptadas ao clima europeu.

As primeiras sementes importadas da Tailândia, do Afeganistão e da Colômbia geravam plantas difíceis de cultivar em solo neerlandês. Foi nesse contexto que pioneiros lançaram os primeiros bancos de sementes, criando híbridos mais robustos e produtivos.

 

Variedades holandesas que conquistaram o mundo

 

Atualmente, linhagens desenvolvidas em Amsterdã estão presentes nos catálogos dos principais produtores globais. Clássicos como White Widow, Northern Lights e Jack Herer são encontrados tanto em coffeeshops quanto em farmácias, no mercado de cannabis medicinal regulado.

Assim como as tulipas, o queijo e o tomate, as sementes de cannabis tornaram-se símbolo de inovação e um importante produto de exportação da Holanda.

 

Criadores lendários da cannabis

 

Alguns nomes se tornaram referência na história da genética da cannabis:

- Nevil Schoenmakers, fundador do The Seedbank, que trouxe para a Europa genéticas americanas como a Skunk #1 e a Haze.

- Shantibaba, criador da White Widow e cofundador do Mr. Nice Seedbank.

- Ben Dronkers, fundador da Sensi Seeds, responsável por variedades icônicas como Jack Herer e Super Skunk.

Esses criadores, entre outros, lançaram as bases da genética que hoje é essencial tanto para o mercado recreativo quanto para o medicinal.

 

Brasil também aposta em bancos genéticos

 

No Brasil, os bancos de sementes já começam a ganhar espaço. Em novembro de 2024, a Universidade Federal de Viçosa (UFV) inaugurou um banco genético de cannabis, com meta de cultivar cerca de 400 variedades.

Segundo o professor Derly José Henriques da Silva, o objetivo é ampliar os estudos para atender demandas nas áreas de fármacos, fibras e combustíveis.

 

Com informações de NewsWeed