Maconha legal em NY voa alto: quase US$ 1,5 bilhão em vendas e número de lojas triplica
O mercado legal de cannabis em Nova York se aproxima de US$ 1,5 bilhão em 2025, com número de lojas triplicando e foco em justiça social e inclusão
Publicada em 07/05/2025

Cannabis à nova-iorquina: mais lojas, mais vendas e foco na justiça social | Imagem: CanvaPro
Nova York está em alta! O mercado de cannabis legal no estado deu um salto impressionante em 2024, com as vendas ultrapassando US$ 869 milhões no ano e o número de lojas licenciadas quase triplicando.
Segundo o novo Relatório de Mercado 2024 do Office of Cannabis Management (OCM), o total comercializado desde o início das operações já ultrapassa US$ 1 bilhão, e a previsão é que os números em 2025 cheguem perto de US$ 1,5 bilhão.
O boom não é à toa: 260 lojas estavam em operação até o fim de 2024, abastecidas com mais de 500 marcas de produtos canábicos, de flores a comestíveis sabor framboesa e bebidas em lata (as queridinhas do público).
Crescimento com propósito
Mas o relatório vai além dos números: mostra também que equidade social está no centro desse avanço. Nada menos que 81% dos dispensários de varejo estão nas mãos de candidatos classificados como SEE (Social and Economic Equity), aqueles historicamente afetados pela proibição da maconha.
O programa CAURD, criado para apoiar quem sofreu com a guerra às drogas, foi responsável por 70% dos varejistas abertos até o fim de 2024.
Os dados do OCM revelam mudanças no comportamento de consumo: os produtos florais perderam espaço e representam agora 45% das vendas. Em alta, estão os vaporizadores, comestíveis e concentrados. Aliás, os sabores mais populares entre os comestíveis são:
- Framboesa (7%)
- Limonada de melancia (5%)
- Mirtilo (5%)
- Pêssego (4%)
- Melancia (4%)
As bebidas em lata lideram com folga (78%), seguidas por gotas, sachês de chá e até shots.
Nova York contra o mercado ilegal
Com a campanha “educação superior” lançada antes do feriado 4/20, o estado aposta na informação como arma para levar o público do mercado ilegal ao legal. A fiscalização também ganhou reforço: a “Operação Cadeado” fechou lojas clandestinas, e o resultado foi um aumento de 105% nas vendas das lojas legais que permaneceram abertas.
Além de treinar trabalhadores da indústria legal com um novo programa educacional, o OCM sugeriu que todos os cultivadores possam operar instalações de cultivo indoor, algo hoje restrito a alguns poucos operadores. A ideia é garantir diversidade na oferta e estabilidade na cadeia de suprimentos.
Outras novidades incluem:
- Subsídios de até US$ 30 mil para ajudar varejistas a iniciarem seus negócios;
- Propostas para autorizar a venda de cannabis em cinemas;
- Expansão dos eventos de mercado de produtores em parcerias com feiras independentes;
- Criação de um hub de conexão entre empresas canábicas e bancos dispostos a operar no setor.
E o futuro?
A regulamentação federal ainda é um ponto de interrogação. A possível reclassificação da cannabis pela DEA segue travada por disputas jurídicas. Ainda assim, Nova York segue firme em sua missão: um mercado legal, inclusivo e sustentável.
Como destacou Felicia AB Reid, diretora interina do OCM, “o mercado está amadurecendo e continua cheio de oportunidades e desafios”. E John Kagia, vice-diretor de política de mercado, complementa: “estamos munidos de dados para tomar decisões que garantam a viabilidade do setor a longo prazo”.
Com tudo isso, Nova York se posiciona como uma das referências globais na construção de um mercado canábico regulamentado e justo.
Com informações de Marijuana Moment.