Nova York quer garantir que a cannabis continue sendo sobre saúde, mesmo após a legalização

Após legalizar o uso recreativo, Nova York busca preservar o caráter medicinal da cannabis, criando regras de saúde pública e ampliando o acesso dos pacientes

Publicada em 17/10/2025

Nova York quer garantir que a cannabis continue sendo sobre saúde, mesmo após a legalização

Com nova estrutura regulatória e foco em equidade, o estado norte-americano aposta em políticas que mantêm a cannabis como ferramenta terapêutica, mesmo com o avanço do uso adulto | CanvaPro

Desde que legalizou o uso adulto, Nova York tem adotado uma estratégia diferenciada para que a cannabis continue a ser tratada também como medicamento, não apenas como produto recreativo. Para isso, estruturou um aparato regulatório que mistura equidade social, fiscalização sanitária e protagonismo da saúde pública. A designação da Dra. June Chin como “chief health officer” no órgão regulador estadual é simbólica, ela personifica a intenção do Estado de equilibrar o mercado expandido com proteção aos pacientes.


A meta é que pacientes que já dependem da cannabis medicinal não se percam no processo de transição: para isso, dispensários continuarão contando com farmacêuticos em serviço, e projetos de lei em tramitação devem permitir que pacientes renovem suas certificações por mais tempo e cultivem plantas em casa,  sem abrir mão de um núcleo de controle sanitário. 


Desafios que persistem e os olhos no futuro


A medida mais delicada talvez seja evitar que o uso adulto degrade a reputação medicinal da planta ou que a “moda do recreativo” faça cair o número de pacientes registrados. Em muitos estados, quando o comércio adulto entra em cena, a participação dos usuários médicos despenca, mas Nova York quer altíssima permanência no modelo médico. 


Além disso, a questão federal pesa: como a cannabis segue classificada como substância de alto risco, há barreiras severas à pesquisa científica e à integração de tratamentos à medicina tradicional ou a seguradoras. A expectativa é que, se houver mudança no enquadramento federal da planta (como recategorização para um nível menos restrito), novas janelas se abram para investigação e para uma atuação mais ampla no setor de saúde.
 

Com informações de MJBizDaily.