Novos caminhos para o envelhecer: o que sabemos sobre cannabis e memória

Pesquisas apontam que compostos da cannabis podem ajudar a aliviar sintomas da demência e proteger o cérebro contra inflamações

Publicada em 04/11/2025

Novos caminhos para o envelhecer: o que sabemos sobre cannabis e memória

O que a ciência revela sobre a cannabis e a demência | CanvaPro

O envelhecimento da população mundial traz um desafio silencioso e crescente: o avanço das demências, que afetam mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Em meio à busca por terapias que aliviem sintomas e preservem a qualidade de vida, a cannabis medicinal tem surgido como uma possível aliada — ainda que sob olhares cautelosos da comunidade científica.


Pesquisas iniciais indicam que compostos como o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC) podem exercer efeitos neuroprotetores, reduzindo inflamações cerebrais e a morte de neurônios, além de modular vias relacionadas ao humor e ao sono. Em modelos animais e estudos de laboratório, os resultados são promissores: há sinais de que os canabinoides possam ajudar a proteger o cérebro contra o declínio cognitivo.

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Mas quando o foco se volta para os estudos clínicos em humanos, o cenário muda. Ensaios realizados até agora são pequenos, de curta duração e com metodologias diferentes, o que dificulta uma conclusão sólida. A evidência científica ainda é considerada limitada e inconclusiva, embora relatos de pacientes e cuidadores tragam experiências positivas: menos agitação, mais tranquilidade e uma rotina mais previsível.

Promessas, limites e próximos passos


Por mais otimistas que pareçam as descobertas, não há comprovação de que a cannabis possa retardar a progressão da demência ou recuperar funções cognitivas perdidas. Os estudos apontam benefícios pontuais, sobretudo em sintomas comportamentais, mas reforçam a necessidade de cautela.


Especialistas destacam que cada caso é único e deve ser acompanhado de perto por profissionais de saúde, especialmente porque a população idosa, público mais afetado, costuma fazer uso de outros medicamentos e tem maior vulnerabilidade a efeitos colaterais.


Ainda assim, o tema desperta esperança e curiosidade. À medida que novas pesquisas avançam, cresce a expectativa de que os canabinoides possam ocupar um espaço legítimo no cuidado de pessoas com demência, não como uma promessa milagrosa, mas como uma alternativa em construção, que une ciência, compaixão e responsabilidade.

Com informações de Cannabis Health News.
 

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