A comissão do Direito de Setor da Cannabis Medicinal da OAB/RJ (Ordem dos Advogados do Brasil - seção Rio de Janeiro), promove um evento intitulado “Cannabis e Movimentos Sociais”. A iniciativa, realizada no plenário da instituição, debateu a atual política de drogas no Brasil e suas consequências para a população.

A conversa foi ministrada pela mestre em Segurança Pública, Caroline Bispo e contou com a participação de Vanja Oliveira, Carol Flávia Riva e Soraya Chistyne. Todas elas são agregadas da Associação Elas Existem.  

“É muito importante termos uma roda debatendo a cannabis dentro da OAB, principalmente em julho, mês das mulheres negras. Sabemos que a população negra é a mais atingida pelas políticas de drogas” comenta Bispo.

Em concordância à colega, Soraya ressaltou a prevalência de pessoas negras, cerca de 68%, entre os mais de 830 mil encarcerados no Brasil. “Enquanto não lutarmos contra o racismo estrutural e o desencarceramento em massa, não conseguiremos mudar a realidade do nosso país", destaca.

Presente no público, Irene, ex-moradora de rua, ressaltou a importância da cannabis no seu tratamento contra a dependência química. “A maconha salvou a minha vida. Realizei um processo de redução de danos junto a psiquiatras e psicólogos e, por conta do óleo, eu consegui deixar o crack e 11 dos 12 remédios controlados”. Hoje, Irene faz graduação em Serviços Sociais.