Pesquisadores encontram "primeira evidência objetiva de que o CBN influencia a arquitetura do sono"

Estudo mostra que o CBN melhora a qualidade do sono em ratos e pode ser uma alternativa segura para tratar insônia em humanos

Publicada em 30/11/2024

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Imagem: Canva Pro

Um estudo investigou a eficácia do canabinol (CBN) na arquitetura do sono em ratos. Publicado no periódico Neuropsychopharmacol, a pesquisa pode ser a primeira "evidência objetiva de que o CBN influencia a arquitetura do sono e que seus efeitos hipnóticos podem envolver um metabólito ativo", destacaram os pesquisadores australianos.  

Os resultados mostram que o CBN aumentou o tempo total de sono, incluindo tanto o sono NREM (Non-rapid eye movement) quanto o sono REM (Rapid Eye Movement).

 

O que são?

 

O sono NREM ou não-REM é uma fase do sono em que os movimentos oculares são lentos ou ausentes. Esse estágio é caracterizado por ser um sono mais profundo, com menor tensão muscular e atividade cerebral reduzida, promovendo maior descanso físico.

Já o REM é a fase do sono em que os olhos se movem rapidamente sob as pálpebras fechadas, causando diversas mudanças fisiológicas e comportamentais, como relaxamento profundo do corpo, respiração rápida e irregular e atividade cerebral intensa.

 

Uso do CBN no tratamento da insônia

 

A psiquiatra Ana Hounie destaca o CBN como um dos principais canabinoides para o tratamento da insônia — uma dificuldade persistente em iniciar ou manter o sono. De acordo com Hounie, o CBN se destaca por seu efeito sedativo, além de possuir propriedades neuroprotetoras, anti-inflamatórias e antibacterianas.

Rosane Cirne, enfermeira aposentada de 68 anos, encontrou na cannabis a solução para um problema presente em sua vida durante três décadas: a insônia. "Noites intermináveis ​​sem dormir, me revirando na cama, pensando sem parar... Sofri muito com isso. Agora, com o tratamento à base de cannabis, durmo a noite toda e me sinto revigorada", relata Rosane.

 

Comparação com medicamentos convencionais

 

O estudo também testou o efeito do CBN em comparação ao Zolpidem, um hipnótico comumente usado para induzir o sono. Nos projetos NREM, os efeitos dos dois foram considerados "iguais". No entanto, os investigadores destacam a maior segurança do CBN, que não apresenta os efeitos colaterais associados aos medicamentos tradicionais.

De acordo com a bula do Zolpidem, seus efeitos adversos incluem dor de cabeça, tontura, agravamento da insônia, distúrbios cognitivos como amnésia anterógrada, além de náusea, vômito, dor abdominal e infecções respiratórias.

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