Cannabis como regulador do sono

Efeitos no organismo, compostos indicados e impactos do uso contínuo

Publicada em 02/07/2024

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Sono é o estado de repouso ou de inatividade de uma pessoa | Foto: Freepik

A cannabis, conhecida popularmente como maconha, tem ganhado atenção crescente como um possível regulador do sono. Estudos mostram que tanto usuários recreativos quanto médicos recorrem aos compostos da planta para melhorar sintomas da insônia. Entre os jovens adultos, cerca de 70% relatam utilizá-la para ajudar a dormir. Já entre os usuários médicos, a proporção sobe para 85%, especialmente aqueles que sofrem de condições como dor crônica, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e esclerose múltipla.

Os principais compostos ativos da cannabis são o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). O THC é reconhecido por seu efeito sedativo, enquanto o CBD pode promover maior atenção em doses baixas e sonolência em doses mais altas. Quando os compostos da cannabis se ligam aos receptores canabinoides no cérebro, aumentam os níveis de adenosina, um neurotransmissor que promove o sono e suprimem a atividade do sistema de excitação do cérebro, induzindo a sensação de sonolência e relaxamento.

Compostos da cannabis indicados para dormir

 

Para aqueles que buscam melhorar a qualidade do sono, o THC, o canabigerol (CBG) e o CBD desempenham papéis distintos. O THC, com seu efeito sedativo, é frequentemente utilizado para induzir o sono. Estudos indicam que formas sintéticas de composto podem ser eficazes no tratamento da apneia obstrutiva do sono, na redução de pesadelos associados ao Transtorno do Estresse Pós-traumático (TEPT) e na melhoria do sono em pessoas com dores crônicas. Por outro lado, o CBG e o CBD demonstram potencial para reduzir sintomas de distúrbios do sono REM e promovem sonolência, especialmente em doses mais altas.

Efeitos adversos do uso contínuo de cannabis

 

Embora a cannabis possa ser eficaz para ajudar a adormecer mais rapidamente e melhorar a qualidade do sono a curto prazo, o uso contínuo, segundo alguns estudos, pode trazer efeitos colaterais significativos. A utilização regular de seus derivados pode alterar a arquitetura do sono, especialmente reduzindo o tempo gasto no sono REM, fase crucial para a consolidação de memórias e processamento de emoções. Enquanto a diminuição do sono REM pode ser benéfica para pessoas com TEPT, que frequentemente sofrem com pesadelos, a longo prazo, essa alteração pode impactar negativamente a qualidade geral do sono.

Usuários diários de cannabis podem desenvolver tolerância, necessitando de doses cada vez maiores para alcançar os mesmos efeitos sedativos. Além disso, a interrupção abrupta do uso de seus compostos pode levar a sintomas de abstinência, como insônia e sonhos intensos, dificultando ainda mais o sono sem a substância.

A cannabis oferece uma alternativa potencialmente eficaz para melhorar o sono, especialmente em casos de condições médicas que interferem no descanso noturno. No entanto, é essencial a orientação médica ao incorporar o tratamento como auxílio para dormir. Cada indivíduo pode reagir de maneira diferente aos compostos da planta, tornando crucial uma abordagem personalizada e informada.

 

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