Embora os últimos anos tenham sido difíceis para o setor nos Estados Unidos, o futuro parece menos turbulento, à medida que a pressão econômica diminui. Após o pico de vendas impulsionado pela pandemia de COVID-19, o mercado retorna um comportamento mais previsível, com os consumidores adotando novamente padrões pré-pandêmicos.

Apesar disso, algumas operações críticas ainda são fortemente influenciadas pela macroeconomia, e a maneira como as empresas respondem a esses fatores serão determinantes para a saúde de seus negócios. Beau Whitney, fundador da empresa de dados e pesquisa de cannabis Whitney Economics e colunista da MJBizDaily aprontou alguns desafios e perspectivas para o futuro da cannabis:

Reformas fiscais e o futuro da tributação sobre cannabis

As políticas fiscais federais e estaduais para a indústria de cannabis permanecem propostas. A Seção 280E do Código da Receita Federal, por exemplo, custa ao setor mais de US$ 2,2 bilhões em impostos adicionais. Caso a cannabis seja reclassificada federalmente, a eliminação da 280E poderia melhorar o fluxo de caixa do setor em US$ 3,1 bilhões até 2026.

Além disso, a possível expiração da Lei de Cortes de Impostos e Empregos em 2025 poderia aumentar a carga tributária sobre as pequenas empresas de cannabis.

Custo dos insumos no setor de cannabis

Nos últimos anos, o aumento das taxas de juros elevou o custo do capital para as empresas de cannabis. As pequenas operadoras sofreram taxas superiores a 30%, o que impactou o crescimento dos mercados emergentes e atrasou a inauguração de lojas.

No entanto, há uma melhoria de que as taxas de juros poderão diminuir em 2024 e 2025, o que terá um efeito positivo para os operadores de cannabis. As reduções nas taxas de juros, mesmo que pequenas, representam uma economia significativa para empresas que já operam com margens estreitas.

Modelos de terceirização e o futuro da indústria de cannabis

As empresas maiores também foram impactadas pelo aumento dos custos de capital. Isso levou muitos negócios de cannabis verticalmente integrados a adotar modelos de terceirização de baixo contato, permitindo que grandes marcas se expandissem em diversos estados com menores custos.

Esse modelo, que combina o compartilhamento de receita com baixos custos operacionais, está ganhando força e pode ser o futuro da cannabis nos próximos anos.

Eficiência e estimativa de preços

A especificação de preços também exige que os operadores de cannabis se tornem mais eficientes. Com a regulamentação da maconha em mais estados, os preços estão se normalizando, o que pressionou as empresas a manterem a disciplina fiscal.

As empresas que se destacam fazendo "mais com menos" serão aquelas que sobreviverão e prosperarão no setor. A capacidade de se adaptar a este cenário de margens estreitas será crucial para definir os vencedores e perdedores.

Custo dos insumos no setor de cannabis

Nos últimos anos, muitas empresas de cannabis enfrentaram um aumento nos custos de insumos, como mão de obra e embalagem, o que as obrigou a buscar maior eficiência. Isso resultou em inovações, como a implementação de vendas na calçada e serviços de entrega, estratégias que aumentaram a receita por funcionário.

Além disso, o padrão de pagamentos inadimplentes forçou as empresas a operar com flexibilidade de fluxo de caixa mais curto, gerando desafios operacionais. Ainda assim, à medida que as cadeias de abastecimento se estabilizaram, e os riscos hoje são mais de ordem geopolítica.

Perspectivas otimistas para a indústria de cannabis

Apesar dos desafios, o otimismo no setor de cannabis continua a crescer. Em uma pesquisa recente, 27,3% dos operadores de cannabis afirmaram lucratividade, um avanço significativo em relação a 2023. A resiliência e a capacidade de adaptação dos operadores são fatores chave para o sucesso do setor nos próximos anos.