Setor de cannabis nos EUA enfrenta crise de endividamento e busca por lucro
As empresas de maconha legal nos EUA encaram desafios financeiros com dívidas crescentes, enquanto tentam se manter lucrativas.
Publicada em 17/02/2025
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Imagem Ilustrativa: IA
Setor de cannabis dos EUA esbarra em endividamento enquanto busca lucro consistente De acordo com a Bloomberg, as empresas que trabalham com maconha legal no país empregaram mais de 450.000 pessoas e venderam mais de US$ 30 bilhões em produtos no ano passado, mas só 27% dos revendedores relataram ter lucro.
O setor de cannabis nos Estados Unidos enfrenta um desafio significativo: um endividamento crescente que coincide com a busca por lucros consistentes. Empresas como a Schwazze, que opera no Colorado, estão tendo dificuldades para renegociar suas dívidas devido à ilegalidade da maconha em nível federal, o que impede o uso de mecanismos tradicionais de recuperação judicial.
Segundo Beau Whitney à Bloomberg, , economista-chefe da Whitney Economics, as maiores empresas de cannabis que operam em múltiplos estados acumulam cerca de US$ 6 bilhões em dívidas a vencer até 2026. O setor, que em 2022 tinha 42% dos revendedores relatando lucros, viu esse número cair para 27% em 2023.
A Schwazze, formalmente conhecida como Medicine Man Technologies, busca reestruturar sua dívida com ajuda da Oppenheimer & Co. e do escritório Goodwin Procter. Mesmo adiando o vencimento de empréstimos, a empresa enfrenta pressão por mais capital, enquanto os credores, como a Altmore Capital, impõem taxas de juros elevadas e condições rigorosas.
A impossibilidade de solicitar recuperação judicial devido à classificação federal da maconha como droga de Classe I limita o setor, embora o Departamento de Justiça tenha iniciado um processo para rebaixar essa classificação. Hilary Bricken, advogada do setor, aponta que os credores dominam as negociações, tornando o ambiente financeiro hostil para as empresas de cannabis.
Enquanto 79% da população dos EUA vive em condados com dispensários, as empresas legais enfrentam concorrência dos revendedores não licenciados, que movimentaram US$ 44 bilhões em 2024, segundo a BDSA. Whitney alerta que, sem intervenção federal, o setor pode colapsar, abrindo caminho para grandes empresas de fora assumirem o mercado por valores irrisórios.