Os tricomas da cannabis são pequenas estruturas glandulares que cobrem a superfície da planta, desempenhando um papel crucial na produção dos compostos que tornam a cannabis tão especial. Esses tricomas podem ser vistos a olho nu, mas muitos são microscópicos, variando de 10 a 300 micrômetros de tamanho. Existem três tipos principais de tricomas glandulares na cannabis: bulbosos, capitados sésseis e capitados pedunculados. Cada um desses tipos possui uma função específica e contribui de maneira única para a planta.

A principal função dos tricomas é a produção de resina, que contém centenas de compostos bioativos, incluindo canabinoides como o THC e o CBD, além de terpenos e flavonoides. Essas substâncias são responsáveis pelos efeitos medicinais e recreativos da cannabis, além de contribuírem para o aroma e sabor únicos da planta.

Os tricomas também atuam como mecanismo de defesa natural, protegendo a planta contra predadores, como insetos e herbívoros, e contra condições ambientais adversas, como radiação UV e desidratação. À medida que a planta amadurece, os tricomas passam por mudanças de cor, que podem indicar o momento ideal para a colheita. Por exemplo, tricomas de cor leitosa sugerem um pico na produção de THC, enquanto a coloração âmbar indica um aumento nos níveis de CBN, um canabinoide que se forma com a degradação do THC.

Compreender a função dos tricomas é essencial para cultivadores que buscam otimizar a produção de canabinoides e terpenos. Pesquisas recentes mostram que os tricomas capitados pedunculados são os mais eficientes na produção desses compostos, possuindo grandes células secretoras que aumentam a capacidade de síntese e armazenamento.

Portanto, os tricomas não são apenas detalhes estéticos na planta de cannabis, mas verdadeiros "laboratórios" biológicos que produzem as substâncias que definem as propriedades medicinais e sensoriais da planta.