Um velho conhecido da construção que ressurge com força no século XXI

O retorno do cânhamo na construção é mais do que uma tendência verde; é uma resposta essencial às mudanças climáticas e à degradação ambiental

Publicada em 13/08/2024

Capa do artigo

Imagem ilustrativa

Imagem ilustrativa

Muito antes de o concreto e o aço dominarem a arquitetura moderna, o cânhamo já era um aliado indispensável das civilizações antigas. Os egípcios, célebres por suas impressionantes construções, empregavam cânhamo em cordas e velas, essenciais para erguer seus monumentos. Na China antiga, o cânhamo não era apenas vital para a produção de têxteis e papel, mas também servia como um dos primeiros materiais compósitos usados na construção. Os merovíngios, na França do século VI, construíam pontes utilizando argamassa de cânhamo, enquanto os romanos reforçavam seus edifícios com fibras de cânhamo, adicionando robustez às suas estruturas.

Hoje, esse material milenar ressurge como uma novidade na construção sustentável, com inovações como o hempcrete — um biocomposto feito da casca do cânhamo e cal — ganhando espaço em projetos contemporâneos. Conhecido por suas propriedades de isolamento térmico, capacidade de sequestro de carbono e baixo impacto ambiental, o concreto de cânhamo está sendo empregado em uma variedade de construções, desde residências até edifícios públicos.

O retorno do cânhamo ao cenário da construção não é apenas um capricho das tendências verdes, mas um movimento ancorado na necessidade urgente de enfrentar as mudanças climáticas e a degradação ambiental. Comunidades inteiras e edifícios públicos começam a adotar o cânhamo, apontando para um futuro em que esse material possa novamente se tornar uma pedra angular da arquitetura, combinando a tradição milenar com a inovação sustentável.

Projetos recentes, como a Flat House, no Reino Unido, e o Pavilhão Floriade, na Holanda, demonstram como o cânhamo está redefinindo as práticas de construção modernas. Com suas raízes fincadas na história antiga, o cânhamo desponta mais uma vez como um marco de inovação, pronto para construir um futuro mais verde e sustentável.

Com informações do Arch Daily