Por redação Sechat

A cannabis ganha cada vez mais destaque como uma potente fonte de nutrientes e como um medicamento à base de plantas. À medida que programas médicos e as leis permitem maior acesso à planta, mais consumidores e pacientes buscam por informações. 

Mesmo sem a possibilidade de cultivar cannabis no Brasil, salvo por autorizações judiciais para fins medicinais,  diversas pessoas têm acesso a diferentes partes da planta, incluindo as folhas, sementes, caules e botões de flores frescas. Esse amplo acesso tem levado estudiosos a explorar o valor nutricional da cannabis crua, que pode ser considerada um superalimento à base de plantas.

Pesquisadores acreditam que o cânhamo, subespécie da cannabis, popularmente chamada de maconha, pode ser uma das mais ricas em nutrientes do planeta, contendo ácidos graxos essenciais, aminoácidos, fibras, vitaminas, minerais, fitocanabinoides e outros compostos benéficos. Além dos benefícios nutricionais, compostos únicos presentes na planta, como os ácidos canabinoides, podem contribuir para a manutenção e restauração da saúde.

Estudos sugerem que o consumo de cannabis crua pode ser menos prejudicial e mais benéfico do que a forma seca e curada. O THCA e o CBDA, ácidos canabinoides encontrados na planta, demonstraram potencial anti-inflamatório, analgésico, antiemético e até mesmo antitumoral. Esses ácidos, ao contrário de suas formas ativas, não apresentam efeitos intoxicantes, permitindo o consumo de doses mais altas sem efeitos colaterais indesejados.

Como consumir cannabis in natura?

Existem várias maneiras de preparar e consumir cannabis crua, como adicioná-la a saladas ou receitas cozidas. O suco de cannabis natural também é muito popular em alguns países, embora a quantidade de material vegetal necessário seja considerável.

Mesmo com restrições, a relevância da cannabis como suplemento alimentar e medicamentos não pode ser ignorada. Médicos devem alertar seus pacientes sobre a importância de obter cannabis in natura de fontes confiáveis para evitar contaminações e ressaltar os possíveis efeitos irritantes em alguns tratos digestivos, visto que mesmo restrito, o acesso acontece. Além disso, a discussão sobre métodos de preparação adequados é fundamental para garantir que os pacientes possam consumir cannabis de forma segura e eficaz.

Embora a planta crua não seja intoxicante, existem relatos anedóticos de efeitos adversos após o consumo. Isso pode ser resultado de descarboxilação não intencional de ácidos canabinoides durante o processo de preparação. Portanto, é essencial orientar os pacientes sobre as diferentes formas de consumo e seus possíveis efeitos.

Uma abordagem multidisciplinar, envolvendo nutricionistas competentes em cannabis, pode fornecer um cuidado mais completo e personalizado aos pacientes que desejam incorporar a cannabis crua em sua dieta. No entanto, é crucial que a pesquisa sobre o valor nutricional da cannabis crua continue a ser realizada para fornecer informações confiáveis e atualizadas sobre seus benefícios à saúde.