Medicina canabinoide: é preciso avaliar os impactos no bolso e na saúde dos pacientes, afirma Ladislau Porto

Advogado disse ainda que processo para cultivar cannabis para uso medicinal é difícil, mas o cenário está melhorando no Brasil

Publicada em 20/03/2023

Medicina canabinoide: é preciso avaliar os impactos no bolso e na saúde dos pacientes, afirma Ladislau Porto

Por Tylla Lima

O tratamento com cannabis medicinal avança cada vez mais no Brasil e no mundo. E, ter acesso à planta por meio de associações ou plantio dentro da própria casa, é a busca incansável de familiares e pacientes devido ao custo elevado dos remédios à base de canabidiol. O que eles querem de fato? Reduzir o custo do tratamento e ter o controle do consumo próprio.

As pessoas adeptas à terapia canabinoide precisam percorrer um processo longo, que vai da prescrição de um profissional de saúde habilitado; autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) - órgão responsável pela regulamentação das permissões para o cultivo da espécie Cannabis Sativa no país - sendo necessária a comprovação da condição para cultivar a planta e amparo do Poder Judiciário.

Direto ao Ponto

Ladislau Porto é advogado. (Foto: Arquivo Pessoal)

Na opinião do advogado Ladislau Porto,  palestrante confirmado no Congresso Brasileiro de Cannabis Medicinal 2023, também é preciso observar a concentração dos compostos que podem ter interferência direta no preço final e, até mesmo, na saúde.

“As pessoas precisam entender que correm riscos (se errarem na dosagem do medicamento). É difícil, mas, hoje em dia, o acesso para fazer a própria medicina tem sido um caminho bastante comum ”, reforça. 

Qual o desafio no Brasil?

O congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal será realizado entre os dias 4 e 5 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo. É o principal congresso da América Latina sobre os avanços do uso medicinal e industrial da cannabis.

A realidade do assunto no Brasil é um desafio porque se esbarra no alto custo e na falta de leis específicas, como a regulamentação do cultivo da cannabis em território nacional, principalmente, para o cultivo doméstico. 

“O fato de precisar judicializar uma demanda para ter acesso ao remédio, já demonstra a dificuldade. É uma situação difícil mesmo, mas está melhorando no Brasil”, finaliza o advogado.