"A bolha já estourou": Fernando Badauí, vocalista da banda CPM 22, analisa o futuro da Cannabis no Brasil
Vocalista comenta sobre avanços do mercado, faz critica as raízes históricas da proibição e convoca usuários a se posicionarem com orgulho
Publicada em 27/11/2025

Bruno Vargas entrevista Fernando Badauí durante a cobertura especial do Portal Sechat | Imagem: Reprodução Sechat News
Com uma visão otimista sobre o futuro da cannabis no Brasil, Fernando Badauí, vocalista da banda CPM 22 e ativista da causa, defende que a "bolha já estourou". Durante a 4ª edição da Medical Cannabis Fair, que a partir de 2026 passa a se chamar Cannabis Fair, o músico celebrou o avanço do mercado e criticou as raízes históricas da proibição.
Cannabis Fair evolui para abarcar toda a cadeia da planta — de saúde e pesquisa à agroindústria e tecnologia

Para Badauí, o crescimento do mercado de cannabis medicinal no país é um sinal claro da mudança de mentalidade, mesmo em um cenário "conservador". "É muito bom ver onde a cannabis está chegando e caminhando a passos largos no mundo inteiro", afirmou.
A percepção do artista encontra respaldo em dados do setor. Projeções da consultoria Kaya Mind indicam que o mercado de cannabis no Brasil movimentou R$ 853 milhões em 2024 e pode alcançar R$ 1 bilhão até o final de 2025, com potencial para atender até 7 milhões de pacientes.
As raízes históricas da proibição da cannabis
O cantor ressaltou a importância de desmistificar a imagem da planta, historicamente associada à criminalidade. "O que causou tudo isso foi a proibição, né? Uma questão completamente racial e de xenofobia nos Estados Unidos, na década de 30", comentou.
A fala de Badauí ecoa estudos que apontam que a criminalização da cannabis foi impulsionada por preconceito contra imigrantes mexicanos e pela associação da planta a minorias.
Acompanhe a entrevista:
Conscientização para o uso seguro da cannabis
Badauí também defende a importância da conscientização para o uso seguro da cannabis, seja para fins medicinais ou recreativos. "Tem que saber o que você está tomando", alertou, mencionando a variedade de canabinoides como THC, CBD, CBN e CBG.
Para ele, a educação é o caminho para que as pessoas façam escolhas informadas e aproveitem os benefícios da planta, que, em sua visão, é uma "coisa natural, da terra".
Um apelo ao ativismo pela cannabis
Por fim, o músico fez um apelo para que os usuários de cannabis abandonem o receio de se expor. "Hoje a vergonha é você fazer uso de cannabis, seja para qual finalidade for, e você achar que tem que ficar escondido ainda", declarou.
"Bota a cara, a gente precisa de todos que estão do nosso lado para mostrar mais ainda o tamanho dessa cena. Não se esconda não, cara. É motivo de orgulho você defender a cannabis, não vergonha", finalizou.



