Os medicamentos à base de cannabis medicinal seguem ganhando espaço no Brasil, especialmente entre pacientes com dores crônicas que buscam alternativas mais eficazes e com menos efeitos colaterais. 

Dentro desse cenário, o canabidiol full spectrum vem se destacando por reunir diferentes compostos naturais da planta e potencializar os resultados clínicos.

O que diferencia o full spectrum no tratamento da dor

Enquanto produtos com CBD isolado passam por um processo de purificação que remove outros elementos da planta, os extratos full spectrum mantêm canabinoides, terpenos e pequenas concentrações de THC, dentro do limite permitido pela Anvisa (até 0,2%).

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Essa combinação dá origem ao chamado efeito entourage, uma sinergia entre os compostos que amplia a resposta terapêutica.

Atuando diretamente nos receptores do sistema endocanabinoide, presentes no sistema nervoso central e responsáveis por regular funções como dor, humor, inflamação e imunidade, a formulação completa pode ajudar o organismo a recuperar o equilíbrio fisiológico.

Doses menores, mais tolerância e melhor resposta clínica

Estudos apontam que pacientes costumam tolerar bem os extratos full spectrum, muitas vezes precisando de doses menores para alcançar os mesmos resultados de produtos com CBD isolado.

Segundo especialistas, essa diferença está diretamente ligada ao efeito entourage, que potencializa a ação conjunta dos compostos da planta. Para atingir o mesmo resultado terapêutico, as doses de medicamentos full spectrum podem ser até quatro vezes menores do que as de produtos com CBD isolado, o que também contribui para a redução de efeitos colaterais como hipotensão postural, náuseas, inapetência e insônia.

O canabidiol tem se mostrado um importante aliado no manejo de dores crônicas, como as relacionadas à fibromialgia, endometriose, lesões traumáticas e síndromes persistentes.

Ajuste de dose e monitoramento são essenciais

Extratos full spectrum, por conterem THC, exigem ainda mais cuidado na fase de titulação. O protocolo médico inclui:

• - realização de exames antes do início do tratamento;
• - acompanhamento semanal durante o ajuste da dose;
• - início sempre com a menor dose possível, aumentando gradualmente.

A dose ideal pode proporcionar até 80% de melhora nos sintomas. Em alguns casos, após esse marco, é possível reduzir ou até suspender outros medicamentos ao longo de cerca de três meses.