“Canabidiol transformou minha vida”: pesquisadora com TEA compartilha experiência em seminário
Evento na Uece reuniu especialistas, familiares e pesquisadores para debater evidências científicas e inovações no uso do CBD no tratamento do autismo
Publicada em 05/08/2025
Juliana Mineu, doutoranda em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), que compartilhou sua experiência pessoal durante o III Seminário sobre o uso de Canabidiol no Transtorno do Espectro Autista (TEA). Imagem: Di
A pesquisadora Juliana Mineu, que cursa doutorado em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), compartilhou sua experiência pessoal durante o III Seminário sobre o uso de Canabidiol no Transtorno do Espectro Autista (TEA). Diagnosticada com TEA, ela relatou os efeitos positivos do tratamento com cannabis medicinal.
“Uso o canabidiol há cerca de um ano e meio e percebo seus benefícios. No seminário, pude conhecer mais pesquisas sobre o uso do CBD, que podem me ajudar nesse percurso, no decorrer da minha vida pessoal e profissional”, afirmou Juliana.
Com o tema "Inovações Terapêuticas e Evidências Científicas", o evento foi realizado pela Uece no dia 31 de julho e reuniu estudantes, professores, pesquisadores, profissionais da saúde, representantes de associações e familiares de pessoas com TEA. O seminário promoveu um espaço de diálogo sobre os avanços e desafios no uso terapêutico do canabidiol no tratamento do autismo.
As apresentações foram conduzidas por pesquisadores vinculados aos projetos de extensão Conexão TEA e UniTEA, ao Grupo de Estudos em Neuroinflamação e Neurotoxicologia (Genit) e ao Laboratório de Neurociência e Inovação Translacional (Lanit), coordenados pelo professor Gislei Aragão. Após as exposições, o público pôde esclarecer dúvidas com os especialistas da universidade.
Troca de conhecimento

A neuropsicopedagoga clínica Flaviana Bezerra também participou do evento e ressaltou a relevância do conteúdo apresentado para os profissionais da área:
“Busco aqui mais conhecimento para orientar meus pacientes de forma segura. É muito importante termos esse conhecimento para entender que nem todo mundo pode usar cannabis medicinal”, explicou.
Para Karine, mãe de uma criança com TEA, o seminário foi uma oportunidade de aprofundar o entendimento sobre o tratamento. “Vim em busca de mais informações, até para termos um suporte melhor para entender como o medicamento funciona. É importante que a comunidade conheça o trabalho que é cuidar de uma criança autista, e eventos como esse nos ajudam a enfrentar essa realidade com mais preparo.”
O evento em Fortaleza marcou o início de uma série de encontros que ocorrerão ao longo de agosto, em cidades como Redenção e Crateús, com o objetivo de ampliar o debate sobre o uso do canabidiol no tratamento do Transtorno do Espectro Autista.
Uece reúne evidências sobre o uso de canabidiol em crianças e adolescentes
A Uece também divulgou os resultados de uma pesquisa científica que investigou o uso do canabidiol em crianças e adolescentes com TEA. O estudo, que será submetido a periódicos científicos ainda este ano, foi coordenado pelo professor Gislei Aragão.
Inicialmente, a equipe buscava realizar uma revisão sistemática com metanálise, mas a diversidade metodológica dos estudos analisados impossibilitou essa abordagem. Ainda assim, os dados apontam que o CBD pode ter efeitos positivos em sintomas como: agitação, comportamentos disruptivos e padrões repetitivos. As melhorias relatadas foram observadas principalmente por familiares de pacientes.
Com informações da Uece