Cannabis Medicinal apresenta crescimento das pesquisas e avanços nas aplicações em diferentes áreas da saúde
A cannabis medicinal tem ganhado cada vez mais espaço nas áreas de neurologia, oncologia e psiquiatria, com resultados promissores para o tratamento de diversas condições de saúde
Publicada em 10/02/2025
Imagem: arquivo Sechat
Com o passar do tempo, a cannabis tem ganhado destaque nas discussões médicas tornando-se uma opção terapêutica complementar para diversas condições de saúde. Essa realidade só é possível devido aos muitos estudos que investigam sua eficácia e segurança em tratamentos médicos.
Segundo o Anuário da Cannabis Medicinal, nos últimos 10 anos, foram publicadas 1.710 pesquisas com as palavras-chave "cannabis" e "canabidiol" no periódico PubMed. Entre esses, 12% dos estudos abordaram outros canabinoides, além do canabidiol (CBD), como o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabinol (CBN).
No Brasil, as instituições de pesquisa tem recebido cada vez mais possibilidades de estudar a planta e suas propriedades. Desde 2015, foram concedidas 89 autorizações pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para pesquisa com cannabis.
Até agosto de 2024, 40 instituições possuíam autorização para condução de estudos com a cannabis. Entre as instituições de maior destaque estão a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), com sete e cinco projetos únicos de pesquisa, respectivamente.
Aplicações em neurologia, oncologia e psiquiatria
Entre as especialidades com maior número de pesquisas robustas, a neurologia se destaca pela quantidade e pela relevância dos resultados. A cannabis tem eficácia indicada no tratamento da epilepsia refratária, especialmente em crianças com síndromes raras como a Síndrome de Dravet e a Síndrome de Lennox-Gastaut. O CBD tem sido amplamente treinado para sua capacidade de reduzir a frequência e a intensidade das crises convulsivas.
Na oncologia, o uso medicinal da cannabis tem sido explorado principalmente no alívio dos sintomas relacionados ao tratamento do câncer, como dor, náuseas e vômitos induzidos pela quimioterapia. Além disso, estudos iniciais investigam o potencial dos canabinoides na inibição do crescimento de células tumorais, embora ainda sejam necessários mais ensaios clínicos em humanos.
Já na psiquiatria, a cannabis ganhou terreno no tratamento de transtornos de ansiedade, depressão e estresse pós-traumático (TEPT). O CBD é o principal componente treinado devido às suas propriedades ansiolíticas, anti-inflamatórias e neuroprotetoras. Pesquisas sugerem que o canabidiol pode ajudar a regular os níveis de cortisol e melhorar o humor, sem os efeitos psicoativos do THC.
Outras aplicações: artrite e fibromialgia
Pacientes com condições crônicas, como artrite reumatoide e fibromialgia, também são beneficiados pelo uso de cannabis medicinal. Estudos indicam que os canabinoides possuem propriedades analgésicas e anti-inflamatórias, capazes de aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Participe do 4º Congresso Brasileiro de Cannabis Medicinal (CBCM)
Para quem deseja se aprofundar no tema, o 4º Congresso Brasileiro de Cannabis Medicinal (CBCM) será realizado de 22 a 24 de maio, em São Paulo. Um dos destaques do evento será o módulo “MedCan - Especialidades”, voltado para médicos e pesquisadores interessados em explorar mais sobre a planta.
Na mesa de abertura do módulo, representantes de empresas farmacêuticas, associações médicas e da Anvisa, debaterão, com moderação do Dr. Wellington Briques, sobre a regulamentação e o futuro das RDC 327 e RDC 660.
Além da mesa de abertura, o módulo terá aulas ministradas por palestrantes capacitados:
Aula 1: Educação e Inovação: Um Modelo Global para o Ensino de Cannabis Medicinal - Professor: Dennys Zsolt Santos
Aula 2: Implementação de Serviços de Cannabis Medicinal em Clínicas e Hospitais - Professor: Danial Schecter (Canadá)
Aula 3: Nanotecnologia e Microdosagem: A Nova Fronteira em Terapias com Cannabis - Professor: Francisney Nascimento
O módulo contará com um total de 11 horas, divididas em 1 hora de congresso, 1 hora e 35 minutos de simpósio satélite, além de intervalo. Outras atividades serão divulgadas posteriormente. Não perca esta oportunidade, clique aqui e garanta seu ingresso.